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Primeiro time só de alpinistas negros chega ao topo do Monte Everest

Full Circle Everest, o primeiro grupo exclusivamente de alpinistas negros a chegar ao topo da montanha mais alta do mundo - Divulgação/Full Circle Everest
Full Circle Everest, o primeiro grupo exclusivamente de alpinistas negros a chegar ao topo da montanha mais alta do mundo Imagem: Divulgação/Full Circle Everest

De Nossa

17/05/2022 12h22

Na última quinta (12), um grupo de viajantes chegou ao topo do Everest e se autodenominou histórico como o primeiro grupo composto exclusivamente por alpinistas negros a vencer a montanha mais alta do mundo, no Nepal. O recorde, no momento, foi reconhecido apenas pela empresa especializada em equipamento de montanhismo e patrocinadora do time, a North Face.

Chamado Full Circle Everest, o grupo alcançou o pico — a 8.849 metros de altura — depois de 36 dias de subida. O feito foi comemorado através das redes sociais da equipe, que ainda não informou se enviará sua iniciativa para avaliação do Guinness World Records.

"Estou profundamente honrado em relatar que os sete membros do Full Circle Everest chegaram ao topo no dia 12. Apesar de alguns membros, inclusive eu mesmo, não estarmos lá, todos os participantes na escalada e os sherpas voltaram em segurança ao acampamento de base onde celebraremos este momento histórico", escreveu o líder Phil Henderson.

Sherpas, mais conhecidos na linguagem do montanhismo como os guias para a escalada, são assim chamados por pertencerem a este grupo étnico que é nativo do Himalaia.

Eles acompanharam o seguinte time de escaladores: os americanos Manoah Ainuu, Rosemary Saal, Desmond "Dom" Mullins, Abby Dione, Eddie Taylor, Thomas Moore e o queniano James Kagambi.

Veterano das montanhas, Ainuu disse a um podcast da revista People em fevereiro que a expedição foi organizada com o propósito de aumentar a representatividade negra entre os escaladores.

"Tivemos aquela experiência compartilhada de nos destacarmos e sermos a única pessoa negra ou de pele escura [entre outros grupos] que estão na prática ao ar livre. É realmente empoderador estarmos com outras pessoas que experimentaram a mesma coisa que amamos, porque juntos somos mais fortes com estas experiências", acredita.

Na página da "vaquinha" virtual que bancou a viagem do time além de esforços de preservação na região, eles ainda reconhecem que "até onde sabem, apenas dez escaladores negros haviam chegado ao topo do Everest" até então. Seu feito, apoiado por mais de 1,2 mil doadores com mais de US$ 184 mil (R$ 918,3 mil) praticamente dobra a estatística anterior.