Arquiteto transforma madeira "esquecida" em objetos e esculturas orgânicas
Carol Scolforo
Colaboração para Nossa
09/04/2022 15h31
Nem arquiteto, nem marceneiro, nem artista. Lucas Neves é um equilibrista entre esses mundos que se conectam pela madeira, no seu caso. A formação em Arquitetura em 2010 se soma aos aprendizados vividos no mundo com a família, a um curso de marcenaria feito para desestressar e — ufa — a um mestrado em escultura iniciado em Portugal e interrompido pela pandemia.
É dessas experiências que surgem seus móveis e esculturas de madeira, que encantaram o arquiteto Marcelo Rosenbaum, tempos atrás.
Apenas dois anos após ele ter começado a criar suas peças, na última semana ele ganhou uma exposição aberta ao público, ao lado de Guilherme Sass, na recém-inaugurada Feira na Rosenbaum, em São Paulo. A curadoria é de Cris Rosenbaum, descobridora de talentos como o dele, no país.
Habitat traz as formas orgânicas características de seu trabalho manual, que se apropria de madeiras esquecidas e descartadas para evocar origens. O resultado é uma floresta, um respiro na cidade — vá lá ver na Rua Mateus Grou, 513, na capital paulista para entender as sensações.
Numa chácara em Jundiaí, pertencente a seus pais, é que os itens nascem no ateliê Arbol Arts (@arbol_arts). "Quando comecei fazia coisas muito toscas", ri. Mesmo assim, mandou o portfólio para várias pessoas — entre elas Rosenbaum.
"Meu trabalho não tem regra nenhuma. Fica entre os utilitários e as esculturas, dou andamento a ambos no intervalo entre um processo e outro. Os dois mundos se agregam", conta.
No momento ele se debruça sobre armários grandes. "Em épocas que estou muito criativo sou das esculturas", diz ele. Enquanto foi arquiteto, por dois anos, as altas horas diárias para criar projetos e detalhamentos, eram frustrantes.
Hoje, as mesmas horas o levam à realização. Lucas só para sua produção quando realmente está exausto e se vê no risco inerente ao maquinário afiado. Aos 35, se encontrou no plano B. E é só o começo.
“Jan Hendzel me inspira pela técnica do mobiliário benfeita e pelo bom uso da madeira maciça. Londres tem uma escola de marcenaria muito boa, que admiro.” “Adoro as esculturas do Brancusi. É curioso ver como ele trabalhou com diversos materiais e conseguiu ser minimalista. Suas esculturas foram feitas há tanto tempo e continuam muito atuais. Isso é inspirador.”@s que me inspiram
@janhendzelstudio
@atelierbrancusi