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"Minha carreira de modelo foi apoiada por conjunto feito pela minha avó"

Diulia Timm Bubolz teve o conjunto, costurado pela "avó de coração", um parceiro para a carreira modelando Imagem: Arquivo Pessoal

Diulia Bubolz, em depoimento a Marilia Marasciulo

Colaboração para Nossa

14/03/2022 04h00

Diulia Timm Bubolz

Profissão

Modelo e estudante de Artes Visuais

Minha roupa com história

Conjunto cor de rosa herdado da minha avó de coração

Há 10 anos, tive a sorte de ser "adotada" por uma terceira avó, a vó Célia. Ela é avó do meu companheiro, mas sempre esteve muito presente na nossa relação. Por causa de um AVC, ficou acamada por quatro anos, e nesse período moramos juntas. Como ela precisava de ajuda, passávamos muito tempo conversando — e histórias era o que não faltavam.

A vó Célia era uma mulher livre de preconceitos. Desde nova, lidou com a fama de ser mãe solteira, pois se separou de um relacionamento infeliz, pegou as três filhas e foi viver da costura. E aí começa a história desse conjunto que tem um lugar muito especial no meu coração.

Diulia ao lado de Célia, sua "avó de coração" Imagem: Arquivo Pessoal

Costureira de mão cheia, ela criava seus próprios looks, todos impecáveis. Era muito detalhista, então buscava os melhores tecidos e caprichava nas costuras. Em muitas de nossas conversas, ela me dizia para abrir o guarda-roupas e pegar "tal peça" que ela queria me dar.

Uma delas foi esse conjunto cor-de-rosa. Fiquei imediatamente apaixonada. O tecido é o mais macio que já senti em peças vintage, e o mais curioso é que coube perfeitamente em mim. Nós vestimos o mesmo número. Não parece surreal?

Diulia com o conjuntinho cor de rosa Imagem: Arquivo Pessoal

Mas o que mais amei foi o fato de ela ter sido usada diversas vezes pela vó Célia. Só isso já faz a peça valer milhões. Imagino as diversas vezes que ela usou e como se sentiu. Quando uso, penso em como ela se sentiria ao me ver usar o conjunto. Tenho certeza que ela riria e diria que eu estava linda — e esse foi um dos motivos para eu querer usar o conjunto em um ensaio que fiz para tentar entrar para uma agência de modelos.

Sempre gostei de tirar fotos, e aos poucos foram surgindo oportunidades com fotógrafos que me encontravam no Instagram. Tudo sem muita pretensão. Mas em 2018, depois de ter sido convidada para o Moda Pelotas, o maior evento de moda da região Sul, comecei a me profissionalizar. Então fiz esse ensaio com o conjuntinho da vó Célia.

Foi muito especial, porque senti que ela estava comigo, torcendo para que eu alcançasse meus objetivos."

Peça acompanhou e, de certa forma, incentivou Diulia com a carreira de modelo Imagem: Arquivo Pessoal

Não consegui entrar para a agência, mas isso não me desanimou. No fim, deu tudo certo. Ano passado, entrei para uma agência de Porto Alegre e tenho feito cada vez mais trabalhos como modelo.

Sinto que ter usado as roupas herdadas dela foi como uma força me dizendo para continuar, assim como ela sempre fez com a própria vida. Mesmo acamada, nunca perdeu as esperanças de caminhar de novo. É esse o legado dela que carregarei para sempre: seguir em frente sempre, ouvir o coração e jamais desistir.

Como usar

Pink power

Sinta-se poderosíssima com um conjuntinho rosa, que vai do escritório ao happy hour. Combine com tênis ou t-shirts para um look mais descolado, ou aposte em salto fino para uma produção digna de tapete vermelho.

Algodão doce

Peças de alfaiataria ganham graça quando fogem de cores mais tradicionais, como o azul marinho. Quer um visual ainda mais fashionista? Brinque com a paleta de cores ou estampas diferentonas.

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Essa roupa tem história