Topo

México estuda exigir visto de brasileiros para conter imigração para os EUA

A cerca que se estende para o Oceano Pacífico em Tijuana, na fronteira entre México e EUA - Bryan Denton/The New York Times
A cerca que se estende para o Oceano Pacífico em Tijuana, na fronteira entre México e EUA Imagem: Bryan Denton/The New York Times

De Nossa

01/09/2021 17h14

O México está analisando a possibilidade de exigir visto de brasileiros e peruanos com o objetivo de conter a imigração para os Estados Unidos, segundo o jornal El Sol de México, que teria ouvido fontes do Ministério das Relações Exteriores do país.

Atualmente, cidadãos do Brasil não precisam de visto — nem mesmo realizar exames, apresentar comprovantes de vacinação ou realizar quarentena — para desembarcar no México, e muitos tentam cruzar as fronteiras americanas ilegalmente.

De acordo com a publicação, as autoridades dos EUA têm pressionado o governo mexicano a tomar uma medida, já que 22.564 brasileiros adultos foram detidos pela imigração americana apenas este ano por tentarem entrar ilegalmente através da fronteira com o México. Apenas entre os meses de maio e junho, 2.857 menores nascidos no Brasil fizeram o mesmo.

Entre janeiro e julho, 157.980 brasileiros entraram em território mexicano através dos aeroportos, segundo informações da Unidade de Polícia Migratória ao jornal. São 30 mil mais do que no mesmo período de 2020.

Em 2005, um movimento semelhante — mais de 30 mil brasileiros detidos na fronteira México-Estados Unidos sem documentos — levou o governo mexicano a impor o visto para brasileiros. Nos anos seguintes, estes números caíram significativamente (para cerca de 1 mil brasileiros detidos por ano), por isso, em 2013, o visto foi abolido em acordo firmado durante o governo Dilma Rousseff.

No entanto, o novo e intenso fluxo migratório em meio à covid-19 preocupa os Estados Unidos e, consequentemente, seu vizinho mais ao sul. O México acaba de impor o visto aos equatorianos, também com o objetivo de conter a imigração ilegal de cidadãos da América do Sul que tentam escapar das crises provocadas pela gestão da pandemia em seus países de origem. A mudança, para eles, passa a valer a partir de 4 de setembro.