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As vantagens do porcelanato: arquiteta aponta como usar o revestimento

A arquiteta Cristiane Schiavoni adotou o porcelanato em piso (com aparência de mármore), bancada e parede (tipo tijolinhos) da área gourmet - Carlos Piratininga
A arquiteta Cristiane Schiavoni adotou o porcelanato em piso (com aparência de mármore), bancada e parede (tipo tijolinhos) da área gourmet Imagem: Carlos Piratininga

De Nossa

06/11/2020 12h24

Na hora de construir ou reformar, uma dúvida frequente pode ser a do revestimento cerâmico. Apesar de características em comum, cerâmica e porcelanato têm diferenças cruciais quanto à durabilidade, resistência, processo produtivo e usabilidade.

A arquiteta Cristiane Schiavoni, aponta que os materiais têm diferenças já em sua fabricação. Enquanto a cerâmica convencional reúne argila e alguns minerais, o porcelanato é um misto de porcelana e materiais mais nobres.

A temperatura de queima das duas matérias-primas também é díspar: a queima mais alta do porcelanato dá mais resistência mecânica e química à peça, além de baixa porosidade.

Em resumo, isso faz do porcelanato uma peça muito resistente ao risco, desgaste e ao ataque químico", comenta Cristiane.

Há quem acredite que a principal diferença está na borda retificada. Porém, a arquiteta aponta que a cerâmica também pode ter essa característica, chamada de bolde.

Xô, umidade

Outra diferença importante é a questão da impermeabilidade, já que o porcelanato é quase impermeável, o que traz algumas vantagens para a obra, dependendo da situação que ele vai ser utilizado.

Segundo a marca Incepa, um bom índice para perceber a porosidade de uma peça é a medição de sua absorção de água. Os porcelanatos são os revestimentos que menos absorvem água de todo mercado, com um índice de menos de 0,5%. Em comparação, revestimentos Grés absorvem de 0,5 a 3%; semi-porosos, por sua vez, de 3 a 6%. Os revestimentos de parede, classificados como porosos, superam 10% de absorção de água.

Sala e varanda integradas neste projeto de Cristiane Schiavoni receberam placas de porcelanato de grande formato, de 1,20 m x 0,60 m. Com visual de pedra e acabamento brilhante, o material espalha luminosidade -  Carlos Piratininga -  Carlos Piratininga
Sala e varanda integradas neste projeto de Cristiane Schiavoni receberam placas de porcelanato de grande formato, de 1,20 m x 0,60 m. Com visual de pedra e acabamento brilhante, o material espalha luminosidade
Imagem: Carlos Piratininga

Porcelanato técnico e esmaltado

Há mesmo diferença entre porcelanatos. Os técnicos possuem superfície polida ou natural e são pouco porosos, contendo um índice de absorção máximo de 0,1%, enquanto o esmaltado tem um índice máximo de 0,5%.

Os técnicos ainda têm uma composição especial, para que a massa porcelânica esteja em sua superfície, conferindo altíssima resistência mecânica, a riscos e abrasão.

Neste apartamento, o porcelanato que reproduz o visual da madeira foi a opção certa para a bancada de refeições acoplada a ilha de Dekton vermelho - Carlos Piratininga - Carlos Piratininga
Neste apartamento, o porcelanato que reproduz o visual da madeira foi a opção certa para a bancada de refeições acoplada a ilha de Dekton vermelho
Imagem: Carlos Piratininga

Já os esmaltados vêm com uma camada de esmalte em sua fabricação, oferecendo mais brilho à peça, além de um toque acetinado ou áspero.

Um pouco mais porosas que os porcelanatos técnicos, essas peças são indicadas para parede e pisos, desde que sejam observadas as indicações de uso, que levam em consideração, entre outros itens, como a quantidade de pessoas em circulação ou o ambiente ser seco ou molhado.

Avanço e versatilidade

"Antes, muita gente acabava apostando no revestimento para áreas molhadas, como cozinhas e banheiros. Mas hoje, é uma opção imbatível também para livings, quartos e varandas", aponta Cristiane.

O calor e o toque da madeira ainda são insubstituíveis, mas o porcelanato chega bem perto, com maior facilidade de limpeza e resistência a manchas, por exemplo", continua.

O porcelanato tem uma resistência muito grande, portanto é bem-vindo em piso e parede, desde que sigam as normas técnicas. Já a cerâmica precisa ser analisada pela sua graduação: PI1, PI2, PI3, até o 5. É preciso fazer uma avaliação de onde você vai usar o revestimento, pois numa piscina, por exemplo, onde o atrito é zero, é indicada a cerâmica.