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Colar de parede? Sim! Acessórios de retalhos e fios é novidade na decoração

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Imagem: Divulgação

Por Carol Scolforo

Colaboração para Nossa

11/08/2020 04h00

Mayrles Emille

Mayrles Emille

Quem é

Artista têxtil paraibana à frente do ateliê que leva seu nome. Com descartes de tecidos, produz acessórios para corpo e para a casa, como os colares de parede.

A curiosidade pelos trabalhos manuais estava no sangue: Mayrles Emille é bisneta de um exímio alfaiate e vem de uma família de mulheres que costuram e bordam. Assim que se formou em Design de Moda, em 2009, começou seu ateliê e, em paralelo, um estúdio fotográfico.

Sempre fui inventiva, mas via que não queria fazer o que todo mundo faz, o que via sempre nas feiras. Naquele tempo eu não conseguia dar foco ao meu propósito"

Em 2013, sua vida virou ao avesso: o casamento se desfez e ela resolveu mergulhar nas origens para se reencontrar. "Precisei redescobrir minhas potências, voltar à minha terra com um trabalho mais sólido."

Na busca por essa identidade, pesquisando entre as referências nacionais, encontrou Mary Design, mineira criativa e nome forte na arte têxtil e na criação de acessórios.

"Ela sempre falou de afetividade e fazer o curso dela foi uma conexão linda: uni os conhecimentos que tinha ao acabamento primoroso, entre outras lições", diz.

Feito à Mão ? Mayrles Emille - Divulgação - Divulgação
Mayriles desenvolveu primeiro os colares como acessórios
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Em tamanhos maxi, muitos acabaram migrando para as paredes
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Recomeço

Foi assim que em 2015 o ateliê Mayrles Emille abriu as portas em João Pessoa (PB). Em pouco tempo, ela passou a exportar para Austrália e França. Seus acessórios coloridos e baseados na sustentabilidade ganhavam o mundo. "Ousando, consegui chegar mais longe", conta, baseada em Pipa, praia de Natal (RN).

No começo da pandemia, ela enviou uma encomenda de mil peças para o Qatar, cujo lote se perdeu em trânsito e ainda não foi localizado. "Fiquei muito, muito abalada com isso. Um trabalho de três meses e tanto esforço simplesmente desapareceu", conta.

Feito à Mão – Mayrles Emille - Divulgação - Divulgação
Durante a pandemia, Mayrles deu novo impulso à criação
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E surgiu a nova linha Corpo-Casa, de colares de parede, como esse em tons de verde
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Corpo-casa

Sim, a quarentena trouxe dificuldades e exigiu pulso firme da paraibana, que precisou reduzir o ritmo, como todo mundo. Mas abriu espaço também a novas invenções, como a linha Corpo-Casa.

Nesse momento em que estamos mais em casa e precisamos de aconchego e afeto, surgiu essa criação. Foi um sucesso"

Em cena, as mesmas minúsculas aparas de retalhos que dão vida aos adornos corporais e a mesma visão — mas agora, para a parede.

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Detalhe da produção do ateliê: retalhos e fios viram arte
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Produção envolve emoção

O dia começa cedo no ateliê, recebendo descartes têxteis para a produção. Ela se debruça sobre os fios, que podem ser de cordas, sintéticos e dá formas a eles, torcendo, bordando, adornando. "Para cada peça, faço um apanhado das minhas emoções. Sigo uma linha de raciocínio, mas em um processo muito orgânico", conta Mayrles.

A arte é minha base. É o fio que me mantém em pé. Sou encantada por tudo do ateliê"

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Peça Alegria Tropical: uma das que levou mais tempo de execução
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Em geral, itens maiores levam um dia de produção. O mais difícil deles foi o colar Alegria Tropical, que exigiu quatro dias de dedicação. "As clientes acompanham o processo produtivo, há uma conexão enorme entre nós", diz ela, que chega a criar 100 peças por mês em tempos normais, com colaboradoras.

Agora, é esperar a vida voltar ao normal para crescer ainda mais. Vontade, garra e inspiração não faltam a Mayrles.

As @s que me inspiram

#sheilahicks

Sheila não tem perfil oficial, por isso sigo a hashtag dessa artista têxtil incrível.

@culturainquieta

Amo toda a poesia e arte contemporânea que o perfil traz.