Topo

Velas feitas à mão assumem visual poético com cor e concreto

Velas da coleção Firenze, criadas por Carla Fortunato Simoniello - Arquivo Pessoal
Velas da coleção Firenze, criadas por Carla Fortunato Simoniello
Imagem: Arquivo Pessoal

Carol Scolforo

Colaboração para Nossa

08/06/2020 04h00

Carla Fortunato Simoniello

Carla Fortunato Simoniello

QUEM É

Designer, artesã e empreendedora do Ateliê Comcon, em São Paulo

O fazer manual sempre esteve nos planos de Carla Fortunato Simoniello, de 30 anos. Mas há algumas semanas ela ainda era funcionária no departamento de e-commerce de uma grande rede. Saía de casa cedo e voltava tarde todos os dias.

Sobravam a noite e os fins de semana para descansar. Em vez disso, passou a se dedicar ao ateliê Comcon (@atelie.comcon), projeto pessoal que surgiu quando o filho Raul nasceu, um ano e meio atrás.

"Sempre amei artesanato e queria ter um trabalho só meu. Um dia comecei a pesquisar sobre concreto, mas percebi que queria misturar técnicas. Me interessei por velas e não encontrei nada parecido com o que queria criar. Passei a fazer testes, criava e postava. As pessoas gostaram", conta. Logo, não tinha mais tempo livre.

Processo de Carla Fortunato Simoniello - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Etapa do processo feito por Carla para criar as velas
Imagem: Arquivo Pessoal

Vela - Carla - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Vela da coleção Firenze, criada a partir de concreto
Imagem: Arquivo Pessoal

Com a quarentena, a procura por velas explodiu. A decisão veio há três semanas: Carla pediu demissão para se dedicar exclusivamente ao ateliê.

"Recentemente, as pessoas começaram a comprar mais online e a desejar objetos que deem acolhimento à casa. Meu trabalho ganhou corpo", conta.

As vendas dobraram. Agora exigem corpo e alma da empreendedora, que atua em todas as frentes. Tudo é feito à mão. O Comcon — que significa com concreto — precisou de mais espaço, já que a produção do mês gira em torno de 400 peças. A solução foi alugar um galpão. "Antes fazia tudo no meu apartamento. Imagina só, o bebê comia cera", ri.

Cada coleção é lançada pelo Instagram com 12 ou 20 kits de duas velas cada. O concreto ganha cores e até pinceladas com folha de prata, de cobre ou de ouro. Uma das linhas, a Noronha, nasceu da mistura de concreto, vela e resina e se esgotou em apenas 40 minutos. Um sucesso. "Estou encantada. Todos os dias alguém me escreve pedindo que essa coleção volte", diz ela.

O significado da arte para Carla

Sustentabilidade

Além de usar cera vegetal e pavio de algodão, Carla dá também ideias de como reutilizar a peça de concreto, quando a vela é consumida. "Ensino as pessoas a usarem como cachepô, como incensário".

Vida de artesã é...

"Felicidade e muito trabalho. Estou muito feliz, mas é muito cansativo também. É preciso estabelecer um tempo e se organizar, porque a vontade é de trabalhar o tempo todo".