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Aprenda a manter seus móveis de madeira "saudáveis" por mais tempo

Ricardo Graham, ebanista brasileiro que faz sucesso nas redes sociais - Divulgação
Ricardo Graham, ebanista brasileiro que faz sucesso nas redes sociais
Imagem: Divulgação

Pedro Fonseca

De Nossa

29/05/2020 11h20

Móveis de madeira estão presentes em vários lares do Brasil, trazendo um ar de aconchego e sofisticação aos ambientes. Sejam cadeiras maciças, cabeceiras compensadas ou mesas MDF.

O que nem todos sabem é que existem truques que se aplicam para qualquer espécie. Quem nos ajuda a explicar essas dicas é Ricardo Graham, especialista na área que, desde 2006, trabalha com o material utilizando técnicas artesanais e tradicionais que aprendeu durante quatro anos de estudos com mestres ebanistas do sul da França e do norte da Itália.

Como deixar o móvel com cara de novo

Para manter suas mesas, cadeiras ou itens de decoração feitos de madeira mais saudáveis e com mais anos de uso, Ricardo diz que são necessários quatro itens básicos: um pano macio, cera, escova de cerda e palha de aço.

O ebanista é aquele profissional que trabalha com madeira - SALVADOR CANTO - SALVADOR CANTO
O ebanista é aquele profissional que trabalha com madeira
Imagem: SALVADOR CANTO

O pano, semelhante a uma flanela, é utilizado para limpar o móvel. O produto indicado para limpeza é cera de abelha, carnaúba, ou alguma variedade que não contenha muito silicone: "Quanto mais natural o produto, melhor. O ideal é saber se o móvel foi tratado com cera ou óleo, para usar o mesmo tipo na manutenção", conta. Já a escova de cerda macia, daquelas usadas para engraxar sapatos, ajuda a elevar o brilho da peça.

O utensílio que pode dar uma cara nova é a palha de aço, ela dá uma renovada caso queira um acabamento sem brilho: "Use com cuidado para não danificar a madeira", alerta Ricardo.

O ideal é experimentar o produto em alguma região menos valorizada, como o pé, porque você pode ver como ele reage na superfície".

Os truques do ebanista

Um produto pouco convencional que também pode ajudar a prolongar a vida de seu móvel é o vinagre, que remove o mofo causado por umidade.

Outra dica é para acidentes que acabam amassando sua mobília: "Você pode fazer uma 'compressa' com água quente, tirando o excesso da água e colocar sobre o amassado. A madeira absorve o vapor e pode voltar ao tamanho original, mas é importante ficar atento para que a água não manche a madeira", conta Graham.

Os principais problemas

Segundo Graham, as dores de cabeça que surgem nesse tipo de móveis são o mofo, o ressecamento e o surgimento de animais como cupins: "Esses problemas se dão quando há uma exposição excessiva ao sol, porque resseca a madeira e tira muito a umidade dela, causando rachaduras e empenamentos", explica.

Ricardo é apaixonado por madeira e suas infinitas possibilidades - SALVADOR CANTO - SALVADOR CANTO
Ricardo é apaixonado por madeira e suas infinitas possibilidades
Imagem: SALVADOR CANTO

Ele usa como exemplo uma gaveta que recebe umidade: ela pode não abrir mais até que a madeira seque completamente e volte ao seu tamanho original. Outra situação importante de evitar é manter o móvel em um local sombrio, sem sol nenhum e úmido, isso favorece a proliferação de bichos.

Os tipos de madeira

Graham diz que cada espécie demanda cuidados diferentes. Um ipê ou cumaru, por exemplo, são muito resistentes à água e ao sol. Já o freijó é jequitibá são mais sensíveis: "São mais macias e, por isso, mais suscetíveis ao mofo. Quando mais expostas à umidade, maior chance de deterioração. Os bichos, como cupins, atacam mais essas madeiras por serem menos densas", explica.

Você precisa gostar do móvel, ele tem que estar presente no seu espaço, ser usado de verdade".

Já com o MDF e o compensado é diferente. Eles passam por um tratamento com cola e alta temperatura, deixando-os mais resistentes aos ataques de animais temporariamente. Após um tempo, esse tratamento não funciona mais, então o material volta a ficar sensível porque perde essa proteção.

Para o especialista, se você quer que o móvel dure muito, não importa o material, mas sim a atenção dada a ele: "Se você o deixa em um lugar onde pode ser usado, visto, onde se tenha uma observação cotidiana, fica mais fácil verificar possíveis mudanças", indica.