Peru recebe Ano Novo Andino com tradicional festa inca do Inti Raymi
A tradicional celebração inca do Inti Raymi, ou Festa do Sol, suspensa em 2020 devido à pandemia da Covid-19, voltou nesta quinta-feira para encher os olhos no complexo arqueológico de Sacsayhuaman, na região de Cusco, no sul do Peru, para marcar o início do Ano Novo Andino.
A música dos 'pututos', conchas usadas como instrumentos de sopro, marcou o início do espetáculo do Inti Raymi, uma antiga festa religiosa do Império Inca para acolher o novo ano e adorar o que chamavam de "divindade dourada" a cada solstício de inverno, em que o Sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador.
A fortaleza de Sacsayhuaman, na antiga capital inca, serviu de cenário para cerca de 400 artistas, incluindo músicos, dançarinos e atores, que representavam o soberano inca, sacerdotes e os povos que compunham seu império, que ao norte chegou até Pasto, na Colômbia, e ao sul até o rio Maule, no Chile.
A cerimônia luxuosa, que desta vez foi celebrada sem público, foi marcada por presságios e um pedido de unidade para o ano bicentenário da independência do Peru. O país vive uma fratura política e social após as eleições presidenciais de 6 de junho.
Culto ao sol
No centro da solene praça ancestral, a figura estelar do Inca e os sacerdotes renovaram a promessa de fidelidade ao deus Inti, a quem ofereceram a chicha sagrada, uma bebida tradicional das comemorações, e pediram que ele lhes dê prosperidade.
Ao seu redor, centenas de pessoas usavam trajes incas coloridos e tradicionais enquanto dançavam e davam oferendas ao Sol.
O ponto alto do festival veio com o sacrifício de uma lhama e a subsequente auscultação de seu coração para prever o futuro, que, segundo o Inca pouco antes de coroar a cerimônia, está cheio de presságios "muito doces, de bem-estar, poder, integridade, progresso e unidade". No entanto, uma advertência foi feita: "Governar com prudência, justiça e honestidade".
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