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Museu móvel leva arte de Da Vinci e Arquimedes pela Itália

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Imagem: Reprodução / Internet

Luciana Ribeiro

28/07/2021 16h25

Uma exposição sem galerias e repleta de invenções brilhantes e mecanismos precursores da modernidade criados por dois gênios da Antiguidade e do Renascimento: essa é a ideia do Museu Leonardo e Arquimedes, criado em Siracusa, na Sicília, para levar a arte de Leonardo da Vinci e do célebre matemático grego para toda a Itália.

O plano é organizar mostras com um acervo móvel em casas de repouso, escolas, parques, livrarias, hospitais, presídios ou qualquer lugar que queira se tornar um polo cultural, com o objetivo de promover a arte como oportunidade de inovação e inclusão social.

"O projeto nasceu sobretudo para levar a arte a domicílio, onde ela normalmente não chega, tratar do tema da inclusão, aspecto fundamental ao qual sempre nos dedicamos, e para resistir ao golpe infligido pela pandemia", explicou à ANSA Maria Gabriella Capizzi, diretora do museu italiano.

Segundo ela, o objetivo é atingir pessoas, como "estudantes ou simples amantes de arte e história", que estejam "sentadas no sofá em casa, na fila dos correios ou deitadas ao sol", para que os museus "entrem nos lares de todos".

"Ver exposições pelo menos uma vez por mês prolonga a vida. A ciência diz isso. No campo da pesquisa em saúde, o prazer da arte pode estar associado à longevidade, pois alivia o estresse e a depressão e fornece recursos emocionais, cognitivos e sociais que sustentam os sistemas de regulação biológica e as escolhas comportamentais. Além disso, o uso da arte enriquece o capital social e reduz a solidão, que é associada à mortalidade", acrescentou Capizzi.

A iniciativa colocará à disposição dos locais uma coleção de "engenhocas" inspiradas em Arquimedes e Leonardo, incluindo os detalhes de um canhão que o gênio renascentista projetou para Ludovico, o Mouro. Por enquanto, a mostra itinerante será feita apenas na Itália.

De acordo com a Capizzi, a ideia do projeto nasceu em abril de 2020, no início da pandemia de Covid-19, que "limitou drasticamente as oportunidades lúdicas e recreativas de crianças e jovens e interrompeu as atividades educativas presenciais".

"Percebemos imediatamente que não iríamos reabrir o museu por bastante tempo, como aconteceu. Nosso impulso era a grande responsabilidade que tínhamos para com nosso público, e a missão de nossos projetos não podia parar", disse a diretora.

A iniciativa acontece paralelamente a uma exposição permanente em Siracusa e, apesar de ainda estar em fase inicial, os organizadores não descartam a possibilidade de incluir experiências virtuais.