Foco de Covid gera temor na Sardenha e prejudica turismo

Considerada uma das ilhas mais paradisíacas e símbolo da reabertura do turismo na Itália, a Sardenha se tornou uma das preocupações do governo de Giuseppe Conte em pleno verão europeu, principalmente pelo aumento no número de novos casos de coronavírus na Costa Smeralda.

Depois de uma recuperação tímida entre o final de julho e a primeira semana de agosto, com hotéis e restaurantes trabalhando a todo vapor, um 'setembro negro' se aproxima novamente para o turismo na Sardenha.

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A quantidade de novas infecções na região no sul da Itália dobrou no último fim de semana: 44 no sábado e 81 no domingo, o pior número desde 28 de março, quando foram registrados 94. Ao todo, segundo o balanço desta quinta-feira (27), a ilha tem 1.967 infectados, com um acréscimo de 57 nas últimas 24 horas.

Entre as 81 pessoas infectadas, 56 estavam na famosa Costa Esmeralda, símbolo do turismo de luxo. As autoridades italianas ainda aguardam os resultados dos exames dos trabalhadores dos principais locais de entretenimento do Iate Clube, localizado entre Porto Cervo e Porto Rotondo.

Há duas semanas, o "paraíso das férias" tem sido um dos principais focos da disseminação do novo coronavírus, especialmente depois que o "The Billionnaire", restaurante-boate de luxo do empresário italiano Flávio Briatore, internado em um hospital de Milão após ter contraído o coronavírus, contabilizou pelo menos 58 casos confirmados entre funcionários e clientes.

A Unidade de Crise do Norte da Sardenha, coordenada por Marcello Acciaro, também chegou a realizar cerca de 90 testes, todos negativos, no camping Isuledda, após alguns turistas serem diagnosticados com a doença.

O novo surto ainda atingiu o Phi Beach, clube ao ar livre na Baia Sardinia, próximo ao Forte Cappelini, que anunciou o encerramento das atividades durante todo o verão europeu. As principais regatas de vela na Costa Smeralda, a Maxi Yacht Rolex Cup e a Rolex Swan Cup, agendadas para as primeiras semanas de setembro, tiveram que ser canceladas.

A decisão foi tomada a fim de proteger a saúde do pessoal, dos visitantes da estrutura e dos marinheiros, devido a "tendência da curva epidemiológica na área, que nos últimos dias tem sofrido um crescimento significativo, revelando a presença de vários surtos na Costa Smeralda e em particular em Porto Cervo", segundo os organizadores.

De acordo com o presidente da Associação hoteleira Federalberghi, Paolo Manca, a notícia dos surtos infelizmente causou uma série de cancelamentos de reservas em diversos hotéis da região, prejudicando ainda mais o setor de turismo, que foi um dos mais atingidos durante o período de isolamento social.

"Devido à turbulência da mídia, a demanda turística na Sardenha caiu. Mas o mais sério é que o fluxo de reservas parou. Ele estava crescendo nas primeiras semanas de setembro, agora está cristalizado", finalizou.