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França prepara resgate 'delicado' de beluga encontrada no rio Sena

A beluga entre duas enclusas do Sena em Notre-Dame-de-la-Garenne, noroeste da França, a cerca de 80 km de Paris - JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP
A beluga entre duas enclusas do Sena em Notre-Dame-de-la-Garenne, noroeste da França, a cerca de 80 km de Paris Imagem: JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP

da AFP

09/08/2022 11h16

As autoridades francesas avançam com um plano delicado para transportar uma baleia beluga perdida no rio Sena de volta ao oceano, disse um especialista nesta terça-feira (9).

O cetáceo de quatro metros de comprimento foi descoberto há uma semana e parece estar doente e muito magro, mas seu estado é "satisfatório", disse à AFP Isabelle Brasseur, do parque de animais marinhos Marineland, no sul da França, o maior da Europa.

"Temos uma ideia de algo que pode funcionar, vamos explicar e aperfeiçoar com as pessoas que vão nos ajudar", disse. As baleias beluga são uma espécie protegida que não consegue sobreviver por muito tempo em água doce.

A baleia está atualmente a cerca de 130 quilômetros do Canal da Mancha, em Saint-Pierre-La-Garenne, na Normandia. O animal está preso entre duas eclusas a cerca de 80 quilômetros ao norte da capital francesa.

Membros da ONG Sea Shepherd France monitoravam a beluga às margens do Sena na segunda (8) - JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP - JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP
Membros da ONG Sea Shepherd France monitoravam a beluga às margens do Sena na segunda (8)
Imagem: JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP

A ideia é levar a beluga por terra até uma bacia de água do mar não divulgada para soltura. Mas as dificuldades são consideráveis e a viagem provavelmente estressará ainda mais o animal de 800 quilos.

A ONG Sea Shepherd France, que está envolvida na operação, disse em nota nesta terça-feira que a sedação não era uma opção porque as belugas precisam estar acordadas para inalar ar.

"De qualquer forma, temos que tirá-la de lá e tentar descobrir o que há de errado", afirmou Brasseur. Os veterinários manterão uma vigilância constante sobre sua condição durante a transferência.

Ambientalistas tentaram alimentar a beluga nos últimos dias desde seu aparecimento no Sena na terça (2). Sem sucesso, eles pretendem resgatá-la das águas doces e devolver ao oceano - JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP - JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP
Ambientalistas tentaram alimentar a beluga nos últimos dias desde seu aparecimento no Sena na terça (2). Sem sucesso, eles pretendem resgatá-la das águas doces e devolver ao oceano
Imagem: JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP

"Pode haver problemas internos que não podemos ver", disse, embora tenha acrescentado que as belugas são uma espécie "extremamente resistente".

A Sea Shepherd fez um apelo para doações de cordas pesadas, redes, colchões e outros equipamentos. As baleias beluga geralmente vivem em águas frias do Ártico e, embora migrem para o sul no outono para se alimentar, raramente se aventuram tão longe.

De acordo com o Observatório Pelagis da França, especializado em mamíferos marinhos, a população de beluga mais próxima é encontrada no arquipélago de Svalbard, ao norte da Noruega, a 3 mil quilômetros do Sena.