França prepara resgate 'delicado' de beluga encontrada no rio Sena
As autoridades francesas avançam com um plano delicado para transportar uma baleia beluga perdida no rio Sena de volta ao oceano, disse um especialista nesta terça-feira (9).
O cetáceo de quatro metros de comprimento foi descoberto há uma semana e parece estar doente e muito magro, mas seu estado é "satisfatório", disse à AFP Isabelle Brasseur, do parque de animais marinhos Marineland, no sul da França, o maior da Europa.
"Temos uma ideia de algo que pode funcionar, vamos explicar e aperfeiçoar com as pessoas que vão nos ajudar", disse. As baleias beluga são uma espécie protegida que não consegue sobreviver por muito tempo em água doce.
A baleia está atualmente a cerca de 130 quilômetros do Canal da Mancha, em Saint-Pierre-La-Garenne, na Normandia. O animal está preso entre duas eclusas a cerca de 80 quilômetros ao norte da capital francesa.
A ideia é levar a beluga por terra até uma bacia de água do mar não divulgada para soltura. Mas as dificuldades são consideráveis e a viagem provavelmente estressará ainda mais o animal de 800 quilos.
A ONG Sea Shepherd France, que está envolvida na operação, disse em nota nesta terça-feira que a sedação não era uma opção porque as belugas precisam estar acordadas para inalar ar.
"De qualquer forma, temos que tirá-la de lá e tentar descobrir o que há de errado", afirmou Brasseur. Os veterinários manterão uma vigilância constante sobre sua condição durante a transferência.
"Pode haver problemas internos que não podemos ver", disse, embora tenha acrescentado que as belugas são uma espécie "extremamente resistente".
A Sea Shepherd fez um apelo para doações de cordas pesadas, redes, colchões e outros equipamentos. As baleias beluga geralmente vivem em águas frias do Ártico e, embora migrem para o sul no outono para se alimentar, raramente se aventuram tão longe.
De acordo com o Observatório Pelagis da França, especializado em mamíferos marinhos, a população de beluga mais próxima é encontrada no arquipélago de Svalbard, ao norte da Noruega, a 3 mil quilômetros do Sena.
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