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IAG, matriz de British Airways e Iberia, interrompe voos para Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin, também proibiu o sobrevoo de aeronaves britânicas no espaço aéreo do país - Getty Images
O presidente russo, Vladimir Putin, também proibiu o sobrevoo de aeronaves britânicas no espaço aéreo do país Imagem: Getty Images

da AFP, em Londres

25/02/2022 11h23

O grupo aéreo IAG, matriz da British Airways e da Iberia, informou nesta sexta-feira (25) o cancelamento de seus voos para Moscou e o desvio de suas rotas que sobrevoam a Rússia, em meio a críticas internacionais pela invasão russa da Ucrânia.

"Hoje tomamos a decisão de cancelar a conexão aérea que temos com destino a Moscou" e de "redirecionar voos para Singapura e Nova Délhi, para não sobrevoar a Rússia", declarou o CEO do IAG, Luis Gallego, durante uma conferência de investidores, após a divulgação dos resultados do grupo.

A decisão da empresa foi anunciada após as sanções impostas pelo governo britânico à companhia aérea russa Aeroflot em reação à invasão da Ucrânia iniciada por Vladimir Putin, e a resposta da Rússia, que proibiu o uso de seu espaço aéreo a todos os aviões vinculados ao Reino Unido.

A medida também inclui os voos que transitam pelo território russo, um espaço crucial que liga a Europa e a Ásia.

"Estamos monitorando o impacto desta crise", destacou Gallego, em referência à invasão russa da Ucrânia, que teve como resultado uma diminuição dos voos para o leste.

O executivo, no entanto, afirmou que os aviões que precisarem mudar de rota não vão impedir o grupo de "manter o programa de voos".

O espaço aéreo russo está proibido para todas as aeronaves "de propriedade, alugadas ou operadas por uma pessoa associada ao Reino Unido" e aquelas registradas no Reino Unido, disse a agência reguladora de aviação da Rússia, Rosaviatsia, em comunicado.

O grupo aéreo IAG anunciou que reduziu pela metade sua perda líquida em 2021, que alcançaram 2,9 bilhões de de euros (R$ 16,7 bilhões), graças à retomada progressiva do tráfego aéreo durante o ano, e espera que seus resultados melhorem em 2022.

O grupo registrou em 2020 perdas de 6,9 bilhões de euros (R$ 39,8 bilhões), devido à pandemia de covid-19, que paralisou o tráfego aéreo em todo o mundo.

O surgimento da variante ômicron no final do ano teve apenas um "impacto negativo a curto prazo" no lucro operacional, reservas e cancelamentos, que continuou sendo percebido no início de 2022.

Mas a IAG, que registrou faturamento 8,3% maior, a 8,5 bilhões de euros (R$ 49 bilhões) no ano passado, espera retornar ao lucro operacional a partir do segundo trimestre.

Além disso, espera voltar a 65% de sua capacidade de passageiros de 2019 no primeiro trimestre e quase 85% no ano inteiro.