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Cuba trabalha na criação de um passaporte sanitário

Para este projeto, que está em fase de testes, os idealizadores analisam diferentes versões de passaportes digitais de vacinação no mundo - iStockphotos
Para este projeto, que está em fase de testes, os idealizadores analisam diferentes versões de passaportes digitais de vacinação no mundo Imagem: iStockphotos

27/05/2021 09h38

Cuba, que desenvolveu seus próprios imunizantes contra o coronavírus, está trabalhando agora em um passaporte digital de saúde para vacinados, uma opção que outros países já estão aplicando e que em breve estará operacional na União Europeia.

"A ideia é que qualquer cubano possa ter aquele passaporte digital [com diferentes opções] no aplicativo no celular, enviá-lo pelo correio ao interessado ou que possa ser visto como uma imagem no celular", explicou Allán Pierra, diretor do Centro de Apoio Tecnológico da Universidade de Ciências Informáticas (UCI), ao jornal Granma Fuentes.

Para este projeto, que está em fase de testes, os idealizadores analisam diferentes versões de passaportes digitais de vacinação no mundo.

Cuba tem cinco vacinas candidatas desenvolvidas na própria ilha. Duas delas concluíram seus ensaios clínicos e aguardam autorização para uso emergencial ou condicional pelas autoridades sanitárias do país.

Diante do crescente número de infecções registradas nos últimos meses, o governo lançou no dia 12 de maio uma campanha de vacinação com esses imunizantes em populações de risco, antes mesmo de obter a autorização, dentro de um protocolo conhecido como intervenção de saúde pública.

Segundo Pierra, o passaporte digital de covid-19 usará um código QR com os dados do portador e a assinatura autorizada, com o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e emitido pelo Ministério da Saúde Pública de Cuba.

Os desenvolvedores do passaporte desejam que o usuário possa se cadastrar com seus dados de vacinação em uma página da web que irá gerar o documento digital.

Sua função, segundo Granma, será "garantir a identificação sanitária na fronteira, dar aos nacionais a possibilidade de viajarem com passaporte de vacinação válido" e "aos estrangeiros vacinados em Cuba" a chance de "voltar a seus países com um passaporte válido".

Além disso, servirá para "regular o acesso aos locais de concentração com interesse para a saúde".

Também está prevista a criação de uma carteira para guardar os passaportes das famílias, e facilitar os procedimentos quando seus membros viajam juntos.

As autoridades esperam que 70% dos 11,2 milhões de cubanos sejam vacinados até agosto.

Cuba registrou seu pior dia em 15 de maio, somando 1.383 infecções em 24 horas, enquanto desde o início da pandemia já acumulou 136.628 casos e 912 mortes.

No Reino Unido, o projeto do passaporte sanitário foi recebido com hostilidade por mais de 70 deputados de todo o espectro político, que o consideram "discriminatório".

Mas a ideia está sendo estudada em vários países, e em alguns já entrou em vigor.

A China lançou seu passaporte digital de saúde em março para reativar as viagens internacionais, enquanto a Dinamarca tem o "Coronapas", que certifica um teste negativo de menos de 72 horas, uma vacinação ou uma recuperação recente de covid-19, para entrar em alguns locais públicos.

A UE também está preparando um passe de saúde que implementará em junho e permitirá a reabertura das fronteiras.