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Passaporte de vacinação ganha terreno no mundo, mas ainda é alvo de crítica

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está desenvolvendo certificados de vacinação digital, mas os considera como uma ferramenta de monitoramento das campanhas - Getty Images
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está desenvolvendo certificados de vacinação digital, mas os considera como uma ferramenta de monitoramento das campanhas Imagem: Getty Images

26/02/2021 10h18

A ideia de criar um passaporte de vacinação é defendida por vários países para relançar os voos internacionais e o turismo, mas continua a gerar críticas nesta primeira fase das campanhas de vacinação no mundo.

Os precursores foram Grécia e Chipre, que chegaram a acordos turísticos com Israel que permitem que seus cidadãos viajem sem restrições, graças a um "passaporte verde". Israel também está em negociações com Malta a esse respeito.

Suécia e Dinamarca anunciaram a criação de certificados eletrônicos principalmente para viagens ao exterior.

Na Estônia, os passageiros estão isentos da quarentena na chegada se apresentarem o comprovante de vacinação. O mesmo acontece na Polônia, onde existe até um aplicativo para uso por essas pessoas.

A Islândia, por sua vez, começou no final de janeiro a emitir documentos digitais para facilitar a circulação entre os países.

UE dividida

Na União Europeia, a Grécia, preocupada com a indústria do turismo, propôs em janeiro a criação de um "certificado de vacinação" europeu para facilitar as viagens dentro da União.

Mas a iniciativa divide os 27 do bloco.

Espanha, Itália, Áustria, Bulgária, Dinamarca e Suécia são favoráveis, mas outros são mais reticentes.

A França considera este debate "prematuro", visto que até agora apenas uma pequena parte da população foi vacinada. A Alemanha compartilha desse ponto de vista.

OMS: não neste momento

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está desenvolvendo certificados de vacinação digital em conjunto com a Estônia, mas os considera apenas como uma ferramenta de monitoramento das campanhas.

"Por enquanto" exclui usá-los como requisito para viagens.

"Existem muitas incógnitas fundamentais sobre a eficácia das vacinas na redução da transmissão (do vírus) e, por enquanto, há apenas um número limitado de vacinas disponíveis", enfatizou o comitê de emergência da OMS.

Até agora, pouco mais de 222 milhões de doses foram administradas em todo o mundo, de acordo com uma contagem da AFP, para uma população mundial de 7,8 bilhões. 22% da humanidade também vive em países onde a vacinação ainda não começou.

Testes das companhias aéreas

O setor de aviação, fortemente afetado pela crise, é um dos principais promotores do passaporte de vacinação.

A companhia aérea australiana Qantas foi a primeira em novembro a defender a "necessidade" de os viajantes internacionais serem vacinados antes do embarque.

Desde então, várias empresas iniciaram fases de teste.

No Golfo, Emirates e Etihad vão testar o "IATA Travel Pass", aplicativo idealizado pela Associação Internacional do Transporte Aéreo, para que os passageiros possam verificar se sua "vacinação atende aos requisitos de seu destino".

A companhia aérea Air New Zealand também examinará a aplicação de um passaporte digital para garantir a autenticidade dos certificados de vacinação.