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Celebrando raízes

Conheça a história dos quatro criativos que criaram o novo manifesto da Converse All Star

oferecido por Selo Publieditorial

Celebrar nossas raízes. Essa é a missão da Converse em seu novo vídeo-manifesto. Ao escalar três membros de sua comunidade criativa, a All Stars, e uma convidada especial, a marca ícone do streetwear reafirma seu compromisso com a construção de um futuro e uma indústria diversos e com foco em representatividade.

No vídeo, Vitória Bortolo, Marcelo Rocha, Vitória Ferreira (mais conhecida como Vitinha) e Michele Simões colocam suas questões, vivências e individualidades embaixo dos holofotes para contar suas histórias e compartilhar seu compromisso com a mudança e sobre como esse movimento molda o avanço não só na indústria da moda, mas do mundo. As filmagens aconteceram em pontos-chave da cidade de São Paulo, mas também em espaços importantes para os personagens, como o Viaduto Santa Efigênia, a Praça Roosevelt, a Brasilândia, o terreiro que Vittinha frequenta e a casa de Bortolo.

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Para a criação do manifesto que você vê no vídeo, eles se reuniram para entender o que ser um All Star significa para eles e como suas raízes são parte inerente de sua formação como seres criativos, que pensam, agem e mudam o mundo. Mas não só: Vitória, Marcelo, Vittinha e Michele também trouxeram elementos estéticos que representam suas trajetórias à criação do filme.

A comunidade Converse All Stars, presente em 27 países, reúne líderes que defendem mudanças em esportes e cultura. Para apoiá-los, a marca ajuda esses jovens a ganhar experiência e crescer dentro de suas indústrias com iniciativas de orientação, comissão e financiamento. O projeto visa aumentar as oportunidades para acelerar e ampliar o impacto que eles pretendem causar tanto na sua vida quanto na da suas comunidades. Nessa matéria, você conhece a história desses quatro personagens, sua relação com a cidade, com arte, com moda e com os sonhos que querem alcançar daqui em diante.

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"Nunca tinha me dado ao trabalho de olhar pro lado"

Michele Simões havia acabado de se formar em Moda pela UEL, em 2006, quando sofreu o acidente que a tornou cadeirante. "Fiquei um bom tempo sem ter qualquer tipo de referência. Não havia nenhum tipo de representatividade, meu corpo era completamente diferente, tudo o que eu usava não cabia mais. Precisei fazer um processo de imersão inversa e desconstruir tudo o que eu tinha aprendido para construir uma nova linguagem", lembra.

Catorze anos se passaram e a representatividade de PCDs na moda continua baixíssima - mas o caminho começou, enfim, a ser percorrido. Em 2015, Simões desenvolveu a primeira ação da plataforma "Meu Corpo é Real", seu projeto de vida, que promove ações para educar empresas de moda e beleza sobre pessoas com deficiência. "Explicamos o que é capacitismo, desconstruímos e educamos. A gente fala de produto de moda inclusiva, mas a indústria não ouve essas pessoas. Não tinha visto nenhum tipo de iniciativa como essa no Brasil. Aí resolvi criá-la."

Uma das maiores lutas de Michele Simões é demonstrar, de uma vez por todas, que quando falamos de PCDs, não estamos falando de apenas um tipo de pessoa. "Quando a gente fala de deficiência, a gente fala de uma série de individualidades. E eu acredito muito que a moda é uma grande ferramenta de comunicação. Quando comecei a pensar em moda para cadeirantes, tive que pensar em funcionalidade, em questões de sensibilidade - já que, como perdi a sensibilidade, uma roupa pode me machucar e eu não perceber - e também na questão da representatividade. Eu não conseguia entender o que ficaria legal no meu corpo porque não via ninguém como eu nas campanhas", completa.

Para Simões, participar de um filme como o da Converse, dá um orgulho duplo. "Tanto por conta da acessibilidade, que quase nenhuma marca pensa, mas também pela forma potente de co-criar com pessoas tão incríveis. Quando a gente fala de diversidade e inclusão, isso se torna prática quando a gente tem essa troca. Eu venho de um corpo muito padrão. Tava muito confortávelzinha, era magra, alta e branca. Nunca tinha me dado ao trabalho de olhar pro lado."

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"Não foi nada pensando em revolução, foi muito sobre mim e sobre meu corpo"

Com apenas 20 anos, a modelo, atriz e performer Vitória Ferreira - ou, como prefere ser chamada, Vitinha - chamou a atenção da Converse ao postar uma foto usando um tênis customizado e transformado em uma sandália em uma festa em São Paulo. A história de Vitinha com a moda se moldou por conta de uma falta de acesso - mas também sua sobra de criatividade. "Minha relação com a moda começou muito de um lugar de precariedade e de falta de verba para estar dentro da moda e estar bem vestida. A partir desse fato, eu comecei a criar meu contexto de moda e entender o que era moda pra mim", conta.

Repensar o papel das roupas é a missão de Vitinha. "Meu objetivo é descolonizar esse lance da moda e do corpo da modelo", explica. A história toda começou quando ela começou a chamar amigas para pensar essa descolonização junto com elas desmontando roupas de brechó, customizando e criando suas próprias histórias. "Não foi nada pensando em revolução, foi muito sobre mim e sobre meu corpo."

No vídeo da Converse, ela traz esses questionamentos sobre descolonização em uma indústria e fala sobre como, em muitas publicidades, é preciso atuar sem verdade. Não aqui. "Para mim, que sou travesti, é muito importante estar nesse espaço com uma marca. Mas o que mais me chamou a atenção foram os artistas que eu tava compartilhando a cena. Todos eram perfeitos, tivemos uma conexão incrível. A autonomia para passar nossa mensagem para frente de nossa própria forma, com nosso corpo e nossas vivências é muito valiosa."

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"No período pós-escravidão, o sapato era uma forma de inclusão social"

"Quanto antes o mercado for entendendo a necessidade de pretos em lugares de liderança, a gente vai conseguir ampliar as vozes negras dentro da nossa comunidade". A frase, dita por Marcelo Rocha em entrevista ao UOL, resume bem sua militância. Em seu trabalho de audiovisual, tanto na fotografia quanto no cinema documental, o ativismo em negritude molda sua arte. Integrante do Fridays for Future, da ativista internacional Greta Thunberg, o fotógrafo também divide seu tempo em movimentos que lutam contra as mudanças climáticas.

Pode parecer que nada disso tem a ver com moda, mas é aí que você se engana. "Meu ativismo tem uma relação muito importante com a moda porque, quando falamos de negritude, a gente fala de identidade. Uma pessoa escravizada não podia usar sapato. No período pós escravidão, o sapato era uma forma de inclusão social. Quando a gente fala de estética, se vestir com uma roupa significa pensar não somente se aquilo é sustentável, mas o quanto você se identifica pessoalmente por aquela estética", explica. "No nosso manifesto, nós queremos dialogar e criar essas narrativas de vestir conscientemente."

A luta por uma indústria inclusiva que subverta as lógicas usuais de poder e coloque negros em cargos de liderança também faz parte da trajetória de Marcelo Rocha. "As marcas sempre tiveram um ativismo branco que mantém o privilégio, a estética e o lugar de opressão. As marcas estão entendendo o processo de ser antirracista, mas, para isso, precisa haver alternância de poder", explica. Sobre o filme da Converse, o fotógrafo fala da troca entre os personagens como um enriquecimento de vivência. "Se a gente é uma comunidade criativa da Converse, é nosso papel trazer essa união de várias vozes", finaliza.

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"De repente, eu estava perto de tudo que eu sempre vi de longe"

O skate, por muito tempo, foi terreno masculino - como muitos dos espaços e esportes no Brasil e no mundo. Foi do jogo de videogame Tony Hawk American Wasteland que veio a ideia de Vitória Bortolo de entrar, aos treze anos, no "game", como ela mesmo chama. "Eu achava que se conseguisse um skate na vida real, instantaneamente eu ia sair na rua fazendo exatamente o que o videogame fazia", lembra. Foi do esporte que ela aprendeu algumas lições que leva para a vida: paciência, humanidade, improviso, convivência. "No meu primeiro dia em um skatepark eu explodi a minha bolha. Um dia eu conhecia gente da minha família, bairro e a galera da quarta série e no outro estava partilhando da mesma feitiçaria com gente de idade, lugares, recortes e contextos totalmente diferentes do que o meu."

Hoje, além de andar de skate para algumas marcas, Vitória escreve, ilustra, apresenta programas e "quebra um galho" para algumas mídias. "O skate é a linguagem mais impulsiva que eu tenho, minha maneira preferida de me manifestar e de me apresentar no mundo. Skate é dinâmico, relaciona concreto com criatividade, me perturba e me tranquiliza, desperta a sensibilidade do meu corpo e refina a minha relação com a cidade", explica Bortolo, que mora em São Paulo há pouco mais de um ano, após três anos "aprendendo o caminho" para a cidade por conta do skate. "Desde então, tento fazer dele a minha ferramenta de sobrevivência."

Na sua moda, o skate também tem papel fundamental. "Existe uma particularidade entre alguns skatistas (e eu me incluo aqui) que prestam atenção onde vamos estar, principalmente quando estamos gravando ou fotografando uma manobra", conta. "Como skatista, eu me sinto na convergência de vários fatores culturais, seja música, seja arte e, claro, moda, que é expressão e nossa maneira de se apresentar ao mundo", exemplifica a skatista. E, para quem ainda acha que coisas 'de menino' e 'de menina', como skate e moda, não deveriam se misturar, Vitória nos conta sua missão: "eu quero encorajar as meninas que estão chegando, assim como as que vieram antes de mim me balançaram e abriram as portas e a minha cabeça."

O programa All Star é um ecossistema de construção de capacitação e oportunidade da marca que ajuda jovens expoentes de todo o mundo a ganhar experiência e crescimento em diferentes campos da criatividade, através de iniciativas de orientação, comissão e financiamento. Com mais de dois anos de existência, o Converse All Star conta com mais de três mil indivíduos de mais de 27 cidades

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