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Eisbock: conheça o estilo de cerveja mais 'invernal' do mundo

Cervejas congeladas... só se forem Eisbock - Getty Images
Cervejas congeladas... só se forem Eisbock Imagem: Getty Images

Editora e colunista de Nossa

28/07/2022 04h00

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A intenção desta reportagem aqui era aquecer você, leitor. Porém, como estamos num Brasil de seguidos "veranicos" no inverno (e "invernicos" no verão), me lasquei até a frente fria que anunciam por aí chegar ao final desta semana — pelo menos, os bebedores de Sul e Sudeste.

Mas se é inverno e um dia ele chega de vez, vamos falar de Bock? EISBOCK.

O estilo-mãe já povoou muito o imaginário do bebedor brasileiro até os anos 90, época em que muita gente achava (acha?) que cerveja escura era sinônimo de bebida forte — quem não se lembra da Bock da Brahma? Clássico.

Este merece um capítulo próprio, cheio de histórias. Por ora, Siga o Copo fala aqui com aquele que se engana e acha que este é o ápice alcoólico para cerveja, ou, pelo menos, para a escola alemã. Não mesmo. Um estilo imensamente mais raro e trabalhoso ganha o topo desse pódio e se chama Eisbock. "Eis" é alemão para gelo e...tem tudo a ver.

Trata-se de uma cerveja extremamente forte, com bem mais de 7% ABV e foi "descoberto" por acaso. Segundo Garrett Oliver (Deus), em seu "A Mesa do Mestre Cervejeiro", tudo leva a crer que tem nada de fake news a história a seguir.

Um taverneiro bávaro, por volta de 1890, teria esquecido uma caixa de Bock forte (uma Doppelbock, talvez?) do lado de fora do estabelecimento e encontrou as garrafas congeladas. Tragédia? Nanninanão, caro bebedor-que-deixou-a-american-lager-miar-no-freezer. O líquido, ao descongelar, teve seu álcool levado láááá pra cima, e ganhou corpo quase licoroso.

Produção da tradicionalíssima Kulmbacher Eisbock - Reprodução - Reprodução
Produção da tradicionalíssima Kulmbacher Eisbock
Imagem: Reprodução

A cidade a criar essa maravilha é Kulmbach, local do exemplar mais "raiz" do estilo: a cervejaria Kulmbacher (hoje, parte da gigante Paulaner).

Para dar um nome bonito, inventaram o "freezing destilling", que separa a água congelada, dos açúcares e álcool, que ficam ultra concentrados. Um "blocão" de cerveja congelada vai pingando... aos... poucos... até... encher... o... recipiente...

É lindo, é quente, é perfeito... para quando o tal inverno chegar. Ah, e é uma LAGER ;)

Eisbock do Brasil... para o Polo Norte

Schneider Weisse Aventinus, a Eisbock tradicional  - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Schneider Weisse Aventinus, a Eisbock tradicional
Imagem: Reprodução/Facebook

Eisbock brasileira é coisa rara de se ver, acredite. Quem quiser provar um clássico exemplar importado, pode ir sem dó na Schneider Weisse Aventinus.

Mas de vez em quando elas aparecem nas panelas do nosso país tropical — e até viajam longe para respirar ares inspiradores.

Esse é o caso do cervejeiro da Animal Beer de Santo André, Erik Donatto, que levou na mala uma Doppelbock até... o Polo Norte, acima do paralelo 80, para criar a Eisbock da casa — ainda sem anúncio de lançamento.

O clima ártico proporciona o congelamento e nos empresta o seu animal supremo, o urso polar, como rótulo desta cerveja única."

 A Doppelbock da Animal Beer que viajou até o Pólo Norte pra virar Eisbock - Divulgação - Divulgação
A Doppelbock da Animal Beer que viajou até o Pólo Norte pra virar Eisbock
Imagem: Divulgação

A viagem passou pelos fiordes de Svalbard e outras paisagens polares, mas foi em Longyearben, a pequena cidade mais ao norte do globo terrestre, que o cervejeiro aproveitou as produções da Svalbard Bryggeri, a cervejaria mais setentrional do mundo.

Quem estiver pelo Grande ABC na próxima semana, fica a dica: Erik vai promover uma confraria com diversos rótulos de tradicionais cervejarias norueguesas, hidromel e Aquavit em 1/08, a R$ 150 por pessoa. Inscrições pelo telefone: 11 93766-6942.

A Doppelbock da Animal Beer que viajou até o Pólo Norte pra virar Eisbock - Divulgação - Divulgação
A Doppelbock da Animal Beer que viajou até o Pólo Norte pra virar Eisbock
Imagem: Divulgação

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