Artista brasileiro

Uma viagem pelo mundo com os murais de Eduardo Kobra

Por Eduardo Vessoni

De pichador do Campo Limpo (SP) a um dos muralistas mais conhecidos no mundo, Eduardo Kobra, 45, tem mais de 30 anos de carreira e sua arte de rua está exposta nos cinco continentes.
Corbis via Getty Images
Expoente da neo-vanguarda paulistana, Kobra tem trabalhos feitos em 35 países, aproximadamente. A obra "Etnias", no Rio de Janeiro, é o maior grafite do mundo pelo Guinness Book e para seus 3 mil m² foram usados 3 mil latas de spray e 700 litros de tinta colorida.
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"Coração Santista" (2020), na Ponta da Praia, é a obra mais recente de Kobra. Neste mural de 800 m² feito às escondidas sob tapumes, em Santos, o artista homenageia Pelé, jogador que completa 80 anos nesta sexta-feira (23 de outubro).
Felipe Del Valle/Divulgação
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Ayrton Senna é o personagem de um total de 11 murais e dois estão nos locais mais importantes da carreira do piloto: os grids de largada de Ímola (Itália) e o de Interlagos (foto), um painel de 27 metros de altura por 10 de largura.
José Cordeiro/ SPTuris
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Com 12 metros de altura e 20 de largura, "Davi" (2017) fica no alto de uma montanha em Carrara, na Itália. Altas temperaturas, falta de banheiro e estradas estreitas fizeram dessa uma de suas obras mais difíceis.
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Em Amsterdã, Kobra teve "dias tensos e complexos" antes de conseguir autorização para fazer "Anne Frank" (2016), pois os contratantes insistiam em um mural sobre o filósofo Baruch Espinoza no lugar da menina que virou símbolo de resistência.
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Após o massacre de 2019 na escola Raul Brasil, Kobra fez esse mural a convite de alunos e moradores de Suzano (SP). O artista usou a mãe e o sobrinho como modelos, e recriou o símbolo da paz com imagens de lápis.
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Sensibilidade e cores fortes marcam os trabalhos de Kobra, como em "Bravos do 11 de setembro" (2018), em NY. No mural, listras da bandeira americana representam as Torre Gêmeas e o capacete de Michael Bellantoni traz o número de bombeiros mortos no resgate.
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"Achei que não teria problemas em colocar Gandhi e Madre Teresa juntos, mas na Índia não foi aprovado"

Kobra sobre ?Tolerância? (2018), mural em Nova York
Getty Images
Para esse mural em Moscou, Kobra ficou mais de uma semana esperando autorização para registrar a bailarina Maya Plisetskaya. O artista se irritou com o atraso e sugeriu apagar a obra caso não gostassem do resultado final.
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Com quase mil m², este é um dos primeiros grandes murais de Kobra, na avenida 23 de Maio (SP). Mesmo com autorização, foi abordado várias vezes pela polícia e levado à delegacia.
André Penner/Divulgação
Por esse mural, que inclui as figuras de Basquiat (foto) e Andy Warhol, Kobra recebeu um e-mail da Madonna convidando o artista para pintar dois painéis no hospital pediátrico mantido pela cantora no Malawi, na África.
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"Estive em lugares onde a tolerância para a arte de rua era zero e os desenhos eram avaliados antes. Mas pude ser um dos precursores a fazer trabalhos em lugares como essa escadaria em Dubai, nos Emirados Árabes"

Kobra
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Como muitas outras cidades pelo mundo, Chicago também ganhou um tributo a um personagem amado: Muddy Waters estampado e eternizado em um de seus prédios.
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Publicado em 23 de outubro de 2020.

Reportagem
Eduardo Vessoni em colaboração para Nossa

Edição
Juliana Simon

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