Mini-vilas

Museu dá volta ao mundo sem sair do Japão

Por Juliana Sayuri

Para quem vive no Japão, viajar a outros países está complicado na pandemia. Entretanto, no arquipélago há um museu a céu aberto que quebra um galho para quem sente saudade de cair no mundo e respirar outros ares, outras culturas.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
É o Little World Museum of Man, que se propôs a construir mini-vilas de diferentes civilizações, passando por cinco continentes (Ásia, Oceania, Europa, África e Américas), tipo uma volta ao mundo ao longo de seus 1,23 km² de área, um dos maiores parques do Japão.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Inaugurado em 1983, na cidade de Inuyama, a cerca de 30 quilômetros de Nagoya, no interior da província de Aichi, o museu antropológico foi idealizado para mostrar um pouco da história de civilizações para os japoneses. Mais de 20 culturas foram retratadas ali.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Segundo estudos do antropólogo americano Nelson Graburn, professor emérito da Universidade da Califórnia, Berkeley, é um tipo de marco para a abertura de um Japão ainda isolado na década de 1980, na tentativa literal de expor outros mundos além do arquipélago.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Entre as instalações, há uma casa colonial com pátio interno representando o Peru, uma mini-vila europeia com uma igreja católica e construções que simbolizam as regiões de Alberobello (Itália), Alsácia (França) e Baviera (Alemanha).
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Construídas do zero, com matéria-prima importada para tentar se aproximar de certa autenticidade histórica, elas também foram decoradas por dentro, com móveis, materiais e instrumentos antigos -- e até réplicas de flores, frutas e doces.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Em cada parada, os visitantes podem experimentar quitutes e vestir trajes tradicionais da história de outros países. Na vila europeia, um dos maiores hits do museu, crianças e jovens japoneses se divertiam fazendo "cosplay" de camponeses brancos.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Às vezes há festivais e pocket shows no museu. No dia da visita, no fim do outono, vimos apenas dançarinas do ventre num pequeno palco em uma área ao ar livre.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Da Ásia, estão representados o território de Taiwan (não China, a quem o Japão imperial já invadiu e há tempos tem tensas relações), uma construção antiga de Lanna, na Tailândia, uma tribo da Indonésia e casas de agricultores da Coreia (foto), entre outros. Da Oceania, habitações da ilha Yap, na Micronésia.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
É verdade que há alegorias ali para japonês ver -- desta vez, por exemplo, o Havaí (que um dia foi alvo de uma investida militar japonesa de surpresa na Segunda Guerra Mundial, o famoso ataque a Pearl Harbor) estava isolado num tipo de brejo.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Há diferentes tipos de tendas de tribos, de nativos norte-americanos Navajo a nyakyusa da Tanzânia, além de templo budista do Nepal, cidade da Turquia e casas coloridas da África.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
O Brasil não foi incluído no museu. E, aos olhos nipônicos, a América Latina virou um belo balaio em uma área denominada "Los Andes" que aglutina artesanatos de diferentes culturas do continente -- o look "étnico", exótico aqui no Japão, muitas vezes somos nós, sul-americanos.
Juliana Sayuri e Rodrigo Sicuro
Publicado em 19 de março de 2022.

Reportagem
Juliana Sayuri, colaboração para Nossa

Edição
Juliana Simon

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