A grande maioria das adaptações cinematográficas de jogos é uma grande porcaria. Seria uma maldição? Se os quadrinhos conseguiram sucesso na transposição para as telas grandes, por que os videogames, que hoje são tão sofisticados, nunca conseguiram o mesmo êxito? Parece difícil de entender, mas ao colocar uma lupa sobre o processo de produção de títulos-chave fica claro que boa parte destes projetos foi cercada por problemas, interesses externos e uma falta de sensibilidade para entender o material original.
Desde o início, ainda na década de 90, com as conturbadas filmagens de "Super Mario Bros.", o processo de adaptação de videogames para a tela se mostrou complexo e traumático. Poucos filmes baseados em games até hoje conseguiram honrar os elementos fundamentais que os transformaram em sucesso entre os jogadores em primeiro lugar, criando uma grande aura de desconfiança.
Porém, ainda há esperança: ao longo dos anos, alguns poucos e valentes esforços conseguiram respeito por parte do público e crítica, assim como a aproximação de nomes de peso em Hollywood e o sucesso dos heróis dos quadrinhos na tela - que, em tese, partilham do mesmo público e dificuldades de conversão. Bons exemplos são o do diretor Peter Jackson, o mesmo da trilogia "O Senhor dos Anéis", que há anos tenta produzir uma adaptação de "Halo"; do influente produtor Jerry Bruckheimer, de "A Lenda do Tesouro Perdido", que conseguiu tirar do papel uma versão para as telas do clássico "Prince of Persia"; e do diretor Gore Verbinski, de "Piratas do Caribe", que planeja um filme inspirado em "Bioshock.
No entanto, o caminho foi bastante tortuoso. Vários equívocos e desastres ocorreram para viabilizar, hoje, vários outros projetos que vão desde "Lost Planet" a "Onimusha", passando até mesmo por rumores de um filme em animação baseado em "Pac-Man" e os iminentes lançamentos de "Street Fighter - A Lenda de Chun-Li" e "Tekken". Demissões, trapaças e fracassos pavimentaram o trajeto dos games ao cinema, como recapitulamos agora.