Fica no coração de Akihabara, região de Tóquio conhecida como a meca dos eletroeletrônicos, uma das oito franquias da Super Potato, loja especializada em videogames e jogos antigos. Com três andares repletos de raridades e peças de colecionador, o lugar é um paraíso para os gamers nostálgicos.
A Super Potato sintetiza o imenso legado do Oriente em relação ao entretenimento eletrônico, afinal, o país serviu de berço para empresas como Nintendo, Sega, Sony e SNK, só para citar algumas delas. Some-se a isso a paixão dos nipônicos por colecionar objetos e bugigangas, e logo é possível entender porque os estreitos corredores da loja estão sempre cheios de gente.
São 50.000 jogos usados, todos disponíveis no estoque, perfeitamente catalogados e em bom estado de conservação, o que explica os estrangeiros que são visto garimpando raridades por lá, como listas nas mãos. O primeiro andar é dedicado aos consoles jurássicos - um exemplar do portátil Game & Watch sai pelo equivalente a US$ 500, enquanto um modelo LT (com tela embutida) do PC Engine, conhecido como TurboGrafx-16 nos Estados Unidos, sai pela bagatela de US$ 1000.
Porém, mesmo que tais raridades não caibam no bolso do visitante, somente um passeio pela Super Potato já vale a pena. A loja é decorada com pôsteres, além de uma infinidade de bonecos e pelúcias, tudo relacionado aos games, é claro. Na verdade, é notável uma certa predileção pela Nintendo, pelas inúmeras referências a Mario, por exemplo. A loja também coloca consoles com clássicos para os visitantes se divertirem - que tal testar o Virtual Boy, conhecido como o maior fracasso da Big N?
No segundo andar do estabelecimento, estão as mercadorias mais recentes, ao menos para o padrão da loja. O Dreamcast e o PlayStation original são algumas delas. O último é onde estão os fliperamas, com pérolas do naipe de "King of Fighters" e "Street Fighter", bom para gastar umas fichas depois de tanto bate-perna. Tem até uma cadeira feita apenas com cartuchos do NES, o "Nintendinho".
A Super Potato nem clima de museu tem, já que o comércio rola solto mesmo - a loja paga até US$ 6.000 por certas raridades. Pelo "Tetris" da Sega, que não chegou a ser lançado (a Nintendo comprou os direitos antes), a Super Potato paga US$ 2.500. Emuladores e venda de clássicos em redes online à parte, os japoneses ainda mantêm ativos seus consoles antigos.
Além de preservar um patrimônio incrível, a loja é um passeio fantástico pela memória do videogame. Ao andar pelos estreitos corredores da loja, torna-se possível entender porque a cultura dos games está tão intimamente ligada ao Japão.