O "Sprace" é parte de uma iniciativa que busca atualizar o ensino de Física nas escolas do mundo todo. Segundo Sérgio Novaes, coordenador do projeto, o conteúdo lecionado nos colégios possui uma "defasagem de quase um século", estagnando em descobertas feitas no início do século XX e deixando de lado teorias mais recentes da Física.
Ele foi totalmente desenvolvido no Brasil em um período de seis meses, roda em Java e é distribuído gratuitamente pelo
site oficial do projeto. Apesar da complexidade do assunto, o "Sprace" não exige conhecimento prévio de Física, explicando todos os conceitos necessários durante o jogo. Além disso, há também um banco de dados com informações detalhadas sobre todo o material catalogado.
De acordo com com Sérgio, o game veio como "uma forma de diferenciar" o ensino. "É um conhecimento muito complexo para explicar em um filme ou em uma história em quadrinhos, por exemplo", explica Sérgio, justificando a escolha do jogo eletrônico como mídia. "É um conteúdo muito intrincado e precisa que seja exercitado várias vezes, algo que o game permite".
Einar Saukas, projetista do "Sprace", complementa explicando que "o jogo é uma mídia interativa, então o aprendizado é melhor, mais natural do que ficar sentado assistindo".
Disponível até o momento só em português, o game recebe ainda neste mês de maio uma versão em inglês e físicos de países da Europa já demonstraram interesse em localizar o "Sprace". Sérgio Novas e o professor Helio Takai, do Brookhaven National Laboratory, dos EUA, que auxiliou no desenvolvimento do jogo, planejam também introduzir o título em escolas de Nova York e sinalizaram também intenção de integrá-lo a redes sociais, como o Facebook, e produzir novos projetos do mesmo tipo.