Análises | Tales of the World: Radiant Mythology PSP "... é um título voltado para os fãs da famosa série de RPG da Bandai Namco."
10/08/2007 da Redação | "Tales of" é uma famosa franquia de RPG da Bandai Namco, com mais de dez títulos lançados em seus dez anos de existência. Nesse período, a série acumulou uma vasta gama de personagens e a reunião de todos eles é um dos principais atrativos de "Tales of the World: Radiant Mythology".
Na verdade, esse não é o primeiro "Tales of the World": é o nome de uma subdivisão paralela (ou "spin-off", em inglês) que já tem quatro edições, lançadas apenas no Japão. Em geral, o gênero costuma ser um pouco diferente da linha principal, mas não é o que acontece com "Radiant Mythology", que continua sendo um RPG como os outros, ainda que com algumas mudanças.
O que não muda é a característica de reunir os personagens da série. A edição para PSP traz gente de "Phantasia", "Destiny", "Legendia" e, principalmente, de "Symphonia", entre outros. A impressão que se tem é que parece um título claramente voltado para fãs da série e isso se confirma pelas historinhas e piadas que fazem referências ao próprio universo de "Tales". O game em si tem uma aventura simplificada e missões repetitivas, ou seja, para quem não liga para os personagens, há muito pouco o que aproveitar.
Universo particular
Ao contrário dos outros games, aqui o herói é um personagem montado pelo próprio jogador, que escolhe nome, sexo e aparência do avatar, mas sem muitas opções de personalização. Existem apenas algumas opções para pele, rosto, cabelos e vozes (no entanto, durante a aventura, haverá muitos tipos de acessórios, como armaduras e capacetes, que também mudam a aparência do "boneco"). O usuário também escolhe um arquétipo, entre guerreiro, ladrão, sacerdote ou mago, que pode ser trocado depois.
O protagonista, então, aparece na base de uma grande árvore mítica que protege o mundo de Terrasia do mal. O mal, no caso, atende pelo nome de Devourer. Através de um gato voador chamado Mormo, o jogador descobre que é um dos Descender, um herói destinado a derrotar a entidade maligna. Para ajudar na tarefa, conta com a ajuda de uma força de resistência chamada Ad Libitum, que é formada pelos personagens clássicos da série.
Mas, antes de entrar para o grupo, você precisa mostrar seu valor, realizando uma série de tarefas passadas pela guilda. Nas cidades, o jogador não se guia por um mapa; apenas escolhe para onde quer ir através de um menu. A cidade tem estabelecimentos como a taberna, lojas de itens e de equipamentos, algumas casas e uma praça.
Empregado-padrão
O roteiro é sempre o mesmo: escolher uma das tarefas da guilda (das cinco disponíveis), falar com quem solicitou o trabalho e fazer o que foi pedido. Quase sempre se trata de buscar itens ou eliminar inimigos. Feito isso, basta falar novamente com a pessoa e receber a recompensa, que, além de dinheiro, inclui pontos de fama e de graduação. Você repete essa trajetória até conseguir acesso á primeira missão essencial.
Essas atribuições costumam ser mais difíceis e, felizmente, mais variadas. Mais importante, fazem avançar o roteiro, e também conferem prêmios mais saborosos, como novas receitas e profissões. Terminada essa primeira grande tarefa, o protagonista finalmente consegue ser um membro efetivo da Ad Libitum, o que significa poder mudar de profissão (com direito a três novas classes, desde que tenha ganhado convites) e montar um grupo.
Os pontos de fama são usados exatamente na hora de fazer uma "party". Os personagens mais cobiçados só aceitam andar com o protagonista se este tiver status suficiente. Até lá, você vai ter que se contentar com outros desconhecidos, mas é melhor que fazer tudo sozinho, principalmente se seu nível estiver baixo por conta da troca de profissão. Mas, mais para frente, é possível montar um time só de estrelas ou com seus personagens preferidos.
Andar e lutar
O combate segue o mesmo esquema de "Tales of the Abyss", que tem o pomposo nome de "flex range linear motion battle system", mas nada mais é que a mecânica do primeiro "Tales" só que com a possibilidade de andar como quiser pelo campo de batalha. Não é muito prático, pois é necessário usar os dois direcionais: o analógico controla o deslocamento livre, enquanto o digital atua no eixo entre você e o alvo, e modificando os golpes (colocando para cima e o botão de ataque, por exemplo, faz-se um ataque que manda o inimigo para o alto).
Embora as batalhas contra chefes e inimigos de áreas novas costumem ser fortes - e isso demanda estratégias e uso de itens -, a maioria das lutas requer apenas ficar apertando o botão de ataque sem pensar. É verdade que os embates são divertidos de assistir, mas o processo em si é entediante. Não ajuda as missões serem monótonas e repetitivas, com poucos mapas para explorar, e tendo que refazer os caminhos várias vezes a cada nova tarefa. Existem mais de 300 delas, mas, como são muito parecidas umas das outras, torna-se uma rotina enfadonha.
O que salva são as missões primordiais, que tem objetivos um pouco mais elaborados, e as cenas não-interativas, muitas delas repletas de humor, que se desenvolvem através de textos e retratos. Mas somente os iniciados em "Tales of" conseguem entender as situações e piadas. Embora os inimigos sejam visíveis no mapa, os combates acabam sendo freqüentes, pois muitas vezes é impossível evitar o contato, devido à parca largura dos corredores.
O visual não é muito diferente da série tradicional, que tem uma atmosfera descontraída. Os personagens mantêm os traços originais nos retratos e seus modelos 3D estão relativamente complexos, sendo reproduzidas com fidelidade as características dos diversos heróis da franquia. Vale destacar que o protagonista muda de aparência dependendo do equipamento que estiver usando. Assim, o jogador fica dividido entre priorizar a eficiência ou o figurino, pois há trajes para todos os gostos, como um chapéu de pirata. A trilha sonora é agradável, mas as dublagens deixam a desejar.
Fãs radiantes
"Tales of the World: Radiant Mythology" é um título voltado para os fãs da famosa série de RPG da Bandai Namco. Para eles, a produtora reuniu alguns de seus mais significativos personagens, colocando situações e piadas que devem fazer a alegria de quem conhece a franquia. Isso ajuda equilibrar os defeitos do game, que quase não tem enredo e as missões são muito monótonas. Ou seja, se você não se interessa pelo mito, sobram poucos atrativos e, para quem quer se iniciar nessas histórias, é melhor começar por um episódio da série principal, disponível nos principais videogames do mercado.
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