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Pirates of the Caribbean: At World's End
PC
"A aventura é relativamente curta, mas mesmo assim não consegue escapar de ser repetitivo."


25/05/2007
da Redação

É estranho imaginar que um "blockbuster" da magnitude de "Piratas do Caribe" ainda não tivesse nenhum jogo baseado diretamente num dos episódios do filme (com exceção de "O Baú da Morte", que saiu apenas para videogames portáteis). Mas, com o terceiro longa-metragem, a Disney Interactive foi à forra, lançando títulos para todos os principais consoles e portáteis, além do PC.

Mas o que não muda mesmo é a tradição (ou seria maldição?) de games baseados em filmes ou desenhos terem qualidade discutível. "Pirates of the Caribbean: At World's End" até capricha na produção, mas conteúdo, que é o que importa, está aquém do desejado, sem inspiração. Tenta até criar um estilo "pirata" de lutar, mas não sai do campo das boas intenções.

Águas que já foram navegadas

"Pirates of the Caribbean: At World's End" é um jogo de ação e aventura, cujo principal elemento são os combates. Mas o título traz várias mecânicas, como minigames e seqüências de demonstração interativas, em que o sucesso depende de pressionar rapidamente os botões que aparecem na tela.

O enredo é praticamente o mesmo do filme e traz também um de seus maiores defeitos, que é contar a história presumindo que o espectador/jogador já tenha visto o segundo episódio. Ou seja, os fatos narrados acontecem logo depois de "O Baú da Morte" e gira em torno da busca pelo coração de Davy Jones, sem o qual o protagonista Jack Sparrow acabará tendo que se juntar ao bando do pirata-molusco.

Aliás, se você ainda não viu o terceiro filme, melhor fazê-lo antes de jogar, pois o game revela alguns lances da história.

O game começa promissor, trazendo gráficos competentes, personagens que se assemelham aos astros do cinema, como Johnny Depp e Keira Knightley (ainda que com um ar meio bizarro, mas, por outro lado, isso ressalta as qualidades de Davy Jones), dublagens decentes e boas doses de ação.

Mesclando lutas, missões primárias e secundárias, e eventos de demonstração interativa, que são "cenas de cinema" cujo sucesso depende do jogador pressionar botões ou mexer o direcional conforme aparece na tela, a primeira fase dá uma amostra do que o jogador vai encontrar pela frente. A má notícia é que, depois disso, quase não aparecem mais novidades.

Lutando à toa

A parte mais maçante são as lutas contra inimigos comuns. Isso representa a maior parte do game e enjoa rápido, pois os personagens possuem poucos golpes e os combates são meio travados. Os oponentes se defendem com freqüência e é difícil prever o golpe, pois varia conforme a distância até o alvo. Assim, a dificuldade não é fruto da "inteligência" dos inimigos, mas da ineficiência dos controles.

A impressão é que se quer forçar a utilização do sistema de esquiva, e assim reproduzir seqüências de luta como as do filme, fazendo os oponentes caírem dentro de um barril com água, serem atirados em fogueiras, se atacarem uns aos outros ou simplesmente darem de cara contra uma parede. De fato, assim, os adversários são eliminados mais rapidamente (ou, ao menos, ficam fora de combate por alguns instantes). Mas nem todas as áreas possuem armadilhas assim, e, nesse caso, você é obrigado a lutar normalmente. Quanto mais você variar as formas de combater, mais ganhará notoriedade. Apesar do marketing em torno desta funcionalidade, a pontuação não serve para muita coisa, com exceção da edição para Xbox 360, na qual os pontos são registrados no ranking mundial.

Há situações em que o combate é tête-à-tête, podendo se deslocar apenas em um eixo. Nesse caso, o oponente é ainda mais defensivo, e, por isso, é preciso explorar outras táticas. Mas uma vez descoberto o "esquema", tudo volta a ficar repetitivo. Esse tipo de combate é quase regra contra os chefes, que também mesclam interações com o cenário (como derrubar caixas) e demos interativos à la "God of War", mas sem a empolgação deste.

As fases contam com diversos tipos de missões, como eliminar os oponentes de forma sorrateira, retirar cartazes de "procurado", fazer propostas indecorosas para damas, vencer minigames, e conseguir determinadas quantidades de itens e golpes seqüenciais. Naturalmente, no caso do Xbox 360, as tarefas também servem para liberar conquistas. Apesar do esforço para variar a ação, esses objetivos são simples e em geral óbvios, sem muito valor. Novos golpes, personagens, modalidades e extras são liberados ao passar de fases. Quanto mais objetivos cumprir, melhores as recompensas.

Quase um 'blockbuster'

Em termos de produção gráfica, a melhor edição é a para Xbox 360, que combina o visual mais fiel ao filme original, contornos suaves e excelente desempenho. Já a versão para PlayStation 3 é mais "áspera" (está sem anti-aliasing, numa linguagem técnica), mas o pior é o fluxo de tela, que tropeça a torto e direito.

Já no Wii, PlayStation 2 e PSP, obviamente, a arte não é tão refinada, devido à menor resolução e capacidade dessas máquinas, mas, diante das limitações, estão um pouco acima da média. É meio grosseiro em alguns cenários, mas, no geral, seguram bem a onda, principalmente no que diz questão aos personagens. A qualidade da versão PC depende da configuração da máquina, mas, em geral, fica num meio termo entre os videogames de nova e antiga geração.

A trilha sonora aproveita as composições da obra original, que, sendo uma superprodução, reflete tal qualidade no game. Os astros do filme não emprestaram suas vozes para o jogo, mas os dubladores substitutos conseguem captar as atuações dos personagens, sem grandes perdas no resultado final.

Devendo conteúdo

"Pirates of the Caribbean: At World's End" é daqueles games de ação que se joga numa tacada. A aventura é relativamente curta, mas mesmo assim não consegue escapar da repetição. Existem outros modos de jogo, mas nenhum é particularmente interessante. No geral, o Xbox 360 leva vantagem, pela produção e conquistas, mas ainda oferece muito pouco pelo seu preço. Nesse quesito, o PC e o PSP saem mais em conta, pois custam a metade das edições para consoles de nova geração.
Veja também
Videoanálise de "Pirates of the Caribbean: At World's End"