6 meses com o Galaxy Ring: review sincerão do anel inteligente da Samsung
Desde setembro, um anel não sai do meu dedo indicador: o Galaxy Ring, da Samsung. Nestes seis meses de testes, me acostumei à sua discreta presença enquanto monitora meu sono, passos e batimentos cardíacos.
Lançado por salgados R$ 3.500, ele já pode ser encontrado por cerca R$ 2.250, e agora sim é uma compra interessante. Acompanhe a seguir os detalhes dos meus testes, como o dispositivo funciona e se faz sentido para você. São três opções de cores: preto, prata e dourado.
O que mais gostei?
Tecnologia de ponta. Um anel inteligente é, basicamente, um smartwatch no seu dedo. O segredo é a miniaturização de componentes. Na parte interna do Galaxy Ring, ficam três pequenos sensores, responsáveis pela coleta dos dados. São eles:
- detector de frequência cardíaca
- medidor de temperatura da pele
- acelerômetro (rastreia os movimentos do corpo)

Monitoramento de saúde contínuo em diferentes situações. Por meio desses sensores, o anel faz medições como:
- passos dados durante o dia
- atividades físicas (com detecção automática de caminhadas e corridas)
- batimentos cardíacos (com alertas de frequência anormal)
- qualidade e fases do sono
- oxigênio no sangue durante a noite
- nível de estresse
- pontuação de energia (usa sete índices para prever a disposição do corpo)
- ciclo menstrual (com base na temperatura)
Tudo isso pode ser acessado no celular, pelo aplicativo Samsung Health. Ele também dá dicas de saúde e envia alertas de inatividade quando ficamos parados por muito tempo, o que é útil para lembrar quem trabalha sentado de se movimentar.

Medições contextualizadas com auxílio de inteligência artificial. O sistema tenta relacionar e interpretar os dados, assim como acontece nos relógios da marca. Acho um esforço interessante de interpretação da nossa saúde; não existe algo do tipo no Apple Watch, por exemplo.
A pontuação de sono dá uma nota (de 0 a 100) para a qualidade do seu descanso naquela noite, considerando fatores como tempo dormido e a quantidade de sono profundo e REM. Eu, que tenho sono leve, costumo transitar entre "bom" (acima de 70) e "razoável".
Depois de sete dias usando o anel para dormir, um animal (leão, morsa, pinguim, toupeira, ouriço, cervo, jacaré, tubarão) é atribuído para seu padrão de sono. Eu vario entre o cervo e o pinguim, que acordam bastante durante a noite.
Já a pontuação de energia analisa sete indicadores (como atividade física no dia anterior, frequência cardíaca e respiratória durante o sono e hora em que foi dormir) para prever nossa disposição física e mental naquele dia e dar dicas de bem-estar. Com certa frequência recebo uma nota na casa dos 50 ou 60 ("precisa de atenção"), acompanhada de uma carinha triste e de um conselho para "equilibrar atividade e descanso" — não posso negar que seja uma verdade.
Mas, nestes meses de uso, posso dizer que esse registro é mais subjetivo e nem sempre corresponde a como me sinto. Algumas vezes me diz para evitar bebidas alcoólicas e lanches de madrugada, quando é apenas insônia.
A mesma impressão vale para o monitor de estresse, que usa os batimentos para estimar quando você está mais sobrecarregado mentalmente. Apesar de muitas vezes acertar (por exemplo, no meio do expediente dar um número elevado), dá uns falsos positivos e negativos. Aliás, para quando você de fato estiver estressado, a sessão de "consciência plena" no app é bem útil, com exercícios de respiração e meditação.

Mais confortável que um relógio. Tenho usado o Galaxy Ring direto, sem tirá-lo do dedo nem para tomar banho (ele tem certificação IP68 até 10atm, inclusive em água do mar). Como sou acostumada a usar anéis, isso não é um problema, mas algumas pessoas podem estranhar sua presença constante no início. O conforto fica mais evidente durante a noite, quando nem se nota sua presença.
Ele é bem leve, pesando entre 2,3 e 3 gramas (dependendo do tamanho), e tem 7 mm de largura e 2,6 cm de espessura (todos os tamanhos).
Não te perturba. O anel fica lá apenas existindo enquanto você faz suas coisas. Seu único sinal de vida são as luzes que os sensores emitem quando fazem as medições, mais constantes à noite. Verde é a leitura de batimento cardíaco e vermelho é da saturação de oxigênio (apenas durante o sono).
A ausência de notificações acabou sendo um alívio para mim, que sou acostumada com um relógio vibrando o dia todo no pulso com distrações.
Controle por gestos. O anel aceita um gesto de pinça dupla, tocando duas vezes o indicador (ou outro dedo em que ele estiver) com o dedão. Com isso, é possível:
- disparar a câmera: para tirar fotos ou vídeos à distância, com o celular em um tripé ou apoiado em algum lugar
- ignorar um alarme: para parar facilmente o despertador pelas manhãs ou interromper um timer

Variedade de cores e tamanhos. É vendido em preto (fosco), dourado (bem brilhante) ou prata (com aspecto escovado), todos com acabamento em titânio. O preto combina mais com meu estilo, mas admito que achava o visual um pouco simples demais — algumas pessoas o compararam com um anel de coco —, mas com o tempo comecei até a achá-lo bonito e virou parte integrante dos meus looks.
São nove tamanhos, do 5 ao 13 (padrão americano; no brasileiro isso representa, mais ou menos, do 10 ao 30). O recomendado é usar o anel no dedo indicador de sua mão não dominante (no meu caso, na esquerda). Ele deve ficar bem preso, mas sem apertar, para que faça as medições corretas. E há um lado certo de usar, com os sensores para baixo, na parte mais "fofinha" do dedo (há uma linha em relevo indicando a posição).
Com 7 mm de largura e 2,6 cm de espessura, o anel é bem leve, pesando entre 2,3 e 3 gramas (dependendo do tamanho). O ideal para mim foi o 8. Para descobrir o seu, você pode experimentar em uma loja física da Samsung ou comprar um kit medidor online (custa R$ 99, mas depois esse valor é abatido do anel com um cupom). Quem já souber seu número de joia comum pode tentar convertê-lo para o padrão americano, mas há uma margem de erro.
Bateria dura bastante. O menor tamanho tem 18mAh e o maior 23,5mAh, o que significa até uma semana de uso, segundo a Samsung. Para mim dura cinco dias — os únicos momentos em que o anel sai do meu dedo é para carregar. Basta colocá-lo por cerca de uma hora dentro do estojo, que armazena mais uns dez dias (361 mAh) e tem um LED circular indicador de carga.
Para ver exatamente quanta bateria ainda tem no anel, é preciso entrar no app Galaxy Wear no celular, que faz a conexão. Além disso, quando você tira ele do dedo, a luz pisca na cor vermelha quando há menos de 15% de carga (até 85%, verde). É algo que demorei um pouco para acostumar a ficar atenta no dia a dia, pois não há nenhuma notificação ativa de que a bateria está acabando; por isso, em algumas noites ele desligou e o monitoramento de sono não foi feito.

Controle de ciclo menstrual. Função interessante para pessoas que estejam tentando engravidar (ou evitando isso), pois além de prever a data da próxima menstruação, ele estima o período fértil/ovulação, com base na temperatura do corpo. Mas você precisa ativar a função e se lembrar de registrar manualmente a menstruação todo mês (eu sempre esqueço, e aí fica como se estivesse muito atrasada).
Não tem mensalidade. Vale ressaltar que não há cobrança de mensalidades, como acontece com seu principal concorrente no mundo, o Oura (ainda não temos no Brasil), que cobra uma assinatura de US$ 5,99 (R$ 32) ao mês para acesso a todas as medições.

Pontos de atenção
Todas as funções só com celular Samsung. O anel funciona plenamente apenas com celulares da Samsung, de preferência os mais novos que já receberam o pacote de inteligência artificial Galaxy AI. Ele pode, sim, ser pareado a smartphones Android de outras marcas, por meio do app Galaxy Wearable, mas nesse caso as funções do anel serão limitadas (controle por gestos, pontuação de energia e recursos com IA são exclusivos no ecossistema da marca).
E, claro, não serve para quem usa iPhone.
Não substitui totalmente um smartwatch. O anel é um aliado para o monitoramento da saúde, principalmente do sono. Mas um relógio continua sendo necessário para quem gosta de receber notificações, responder mensagens ou controlar músicas no pulso, e também para esportistas que desejam monitorar atividades físicas e sinais vitais em tempo real — dá para sair para correr só com o anel, mas você só verá os dados, como passos e batimentos cardíacos, depois ao sincronizar com o celular.
Além disso, se o Galaxy Ring for usado em conjunto com um smartwatch da Samsung, as medições ficam mais consistentes (visto que há dois aparelhos coletando dados) e a bateria do anel tem uma economia de até 30%, passando de 7 para até 9 dias de autonomia.
Comparei as medições com as de um relógio de outra marca e com um podômetro e um monitor cardíaco. De fato, o anel sozinho não é 100% preciso; ele demora um pouco para registrar as elevações nos batimentos (com isso, acaba perdendo alguns picos rápidos em exercícios) e marca cerca de 10-15% a mais de passos. Compreensível, pois se trata de um pequeno dispositivo no dedo. No pulso, ele se movimenta menos e há uma área de contato maior com nosso corpo.
Risca. Estou usando o anel da cor preta e, quase sete meses depois, ele "desbotou" bastante nas bordas, revelando o prata do titânio. Para falar a verdade eu não acho feio, dá até um aspecto mais rock 'n roll que gosto. Como ele é côncavo, é mais difícil riscar no meio, a não ser que você faça alguma atividade mais puxada, como levantar pesos na academia.
Cuidado com o uso na academia. Além de riscar, ele pode incomodar ou até machucar em certos exercícios e equipamentos. É até recomendado não usar anéis em treinos de força ou situações em que ele possa enganchar em algo. Nesses casos, melhor um smartwatch ou smartband (se também forem da marca, a continuidade dos seus dados de saúde e atividades físicas é mantida, pois tanto eles como o anel usam o mesmo ecossistema via Samsung Health).

Para quem vale a pena?
Eu tinha certo receio com smart rings por achá-los muito grossos, destoando do meu estilo, mas aprendi a amar o Galaxy Ring. O anel é confortável para dormir e faz um monitoramento de sono bem completo, que é minha função favorita e que ele faz melhor.
Acho uma ótima opção para quem não gosta de usar relógios, ou não consegue dormir com um. Também traz certa liberdade por não ter uma tela e nem enviar notificações.
Claro que smartwatches são mais completos, principalmente para esportes, mas a inovação dos anéis, com miniaturização dos sensores, é louvável. E isso traz um preço, até porque não há concorrentes no país.
Com o valor cheio do Galaxy Ring (R$ 3.500), dá para comprar um bom relógio ou até um celular novo, como o Galaxy S24 da própria Samsung. Um investimento alto, que faz sentido para quem gosta de ter os produtos tecnológicos mais recentes e diferenciados.
Já pelos R$ 2.250 que encontramos agora, a compra se torna interessante para mais gente, principalmente quem não curte smartwatch mas quer ter uma maneira de monitorar a saúde.
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@uol Os novos recursos da Samsung trazem uma experiência ainda mais dinâmica para a tela de bloqueio. Agora, a interface conta com pílulas empilhadas na parte inferior, exibindo atualizações em tempo real, como rotas no mapa, timers, dados de saúde, músicas e até resultados de jogos . Além disso, o Now Brief mantém você informado, lembrando compromissos e avisando sobre novos resumos disponíveis, tudo sem precisar desbloquear o celular. Confira mais em Guia de Compras UOL. Curtiu? Link na bio @Guia de Compras UOL #nowbar #nowbrief #samsungs25 #galaxy #galaxys24ultra ? som original - uol
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