Elas foram campeãs do Grand Prix no primeiro semestre e conquistaram a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, há duas semanas. Estavam sem treinar desde então, mas ainda assim, e mesmo longe de seu melhor ritmo, as brasileiras da seleção feminina de vôlei fizeram a festa da torcida local ao garantir neste domingo o título do Final Four, quadrangular disputado na última semana em Fortaleza.
Na decisão, as comandadas de José Roberto Guimarães derrotaram a República Dominicana por 3 sets a 0, parciais de 25-21, 25-17 e 25-18. Liderado pelo técnico brasileiro Marcos Kwiek, o time centro-americano não deu tanto trabalho como fizera nos últimos confrontos com o Brasil (3 a 2 no Grand Prix e 3 a 1 na segunda rodada do Final Four) e ficou com o vice-campeonato.
O jogo deste domingo foi o 340º e último da levantadora Fofão pela seleção brasileira. Aos 38 anos, a veterana jogadora, detentora de três medalhas olímpicas (dois bronzes e um ouro), despede-se mesmo a contragosto do técnico Zé Roberto, que tentou fazê-la mudar de idéia mas não conseguiu. Ao fim da partida, antes mesmo do apito final, o treinador estava visivelmente emocionado. A levantadora também chorou e foi atirada para cima pelas companheiras, que gritavam 'Fica, Fofão!'.
"Valeu. Agradeço a Deus por ter me dado a chance de defender o Brasil e chegar neste momento", declarou a jogadora, aos prantos. "Durante a final veio toda uma história na cabeça. Comecei a jogar sem pretensão alguma, e no meu segundo ano fui convocada para a seleção pelo mesmo técnico que não me chamou para a equipe juvenil. De repente, participei de cinco Olimpíadas. Hoje olho para trás e vejo que tudo valeu a pena, e que nenhum momento foi tempo perdido", lembrou.
Além de Fofão, a seleção também viu a despedida da meio-de-rede Walewska, que anunciou após a partida ter se despedido da seleção. Em entrevista exclusiva ao
UOL Esporte antes do embarque para Pequim, a central avisou que não pretendia disputar outro ciclo olímpico.
Já a levantadora Carol Albuquerque, de 31 anos, confirmou que ficará na equipe. A ponteira Valeskinha, de 32 anos, ainda não se manifestou sobre sua permanência na equipe.
Aproveitando-se do caráter festivo do evento, Zé Roberto usou todas as 12 jogadoras do combinado na final deste domingo. Além de colocar Jaqueline e Thaísa já no primeiro set no lugar de Paula Pequeno e Walewska, promoveu mais mudanças ao longo da partida: entraram Carol Albuquerque, Sassá e até Valeskinha, improvisada como oposta no lugar de Sheilla.
O bronze ficou com a Argentina, que não havia vencido um jogo sequer em Fortaleza e acabou surpreendendo a seleção de Cuba com uma vitória por 3 sets a 1, parciais de 26-24, 25-19, 16-25 e 25-22. Vale lembrar que a equipe caribenha disputou o torneio com um time bem diferente daquele que ficou em quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Pequim, sem suas principais jogadoras.
* Atualizada às 17h20