Fabiana defende Carol Solberg e pede para CBV ter 'cuidado com a censura'

A bicampeã olímpica Fabiana Claudino criticou a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) por repudiar a fala de Carol Solberg, do vôlei de praia, contra o presidente Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, a atleta defendeu a liberdade de expressão e alertou a entidade quanto ao uso do termo "denegrir".

Após vencer a decisão do terceiro lugar na etapa de Saquarema (RJ) do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, Carol falou "fora, Bolsonaro" durante a transmissão do SporTV. Em nota, a CBV se colocou contra "a utilização dos eventos organizados pela entidade para realização de quaisquer manifestações de cunho político" e destacou que "tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados".

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"Difícil entender, mas vamos lá. Primeiro, denegrir é uma palavra de cunho racista e jamais deveria ser usada em qualquer situação. Estamos na luta diária contra o racismo, com campanhas educativas, protestos, então, seria ótimo repensar o uso de certos termos. Segundo, vivemos (ainda) em um país democrático, onde atletas ou qualquer ser humano pode expressar suas convicções, desde que elas não sejam ofensivas, criminosas ou faltem com respeito. Temos que ter muito cuidado com a censura ou flerte com a volta dela, precisamos estar atentos aos nossos direitos enquanto cidadãos. Portanto, não foi muito feliz a nota escrita pela CBV", escreveu Fabi em seu Twitter.

"Como atleta preta, que muito conquistei e representei esse país, não posso me calar. Sempre vou apoiar a democracia e liberdades individuais e, em especial, a causa contra o racismo estrutural e diário que ainda insistimos em conviver achando 'normal'", completou atleta de vôlei.