Superliga começa com campeãs olímpicas desempregadas e corte de verba
A Superliga de vôlei começa nesta quarta-feira e um cenário novo acontecerá. Boa parte da seleção brasileira que disputou a última Olimpíada não estará em quadra. Thaisa, Jaqueline, Sheilla, Fernanda Garay, Adenizia e Fabiola não farão parte da competição.
Dessas sete jogadoras, duas delas, Sheilla e Jaqueline, começarão a temporada “desempregadas”. Ambas não acertaram com nenhum clube brasileiro e deverão ficar até o fim do ano sem clube. A oposta já confirmou que terá um ano sabático, enquanto a ponteira aguarda um acerto, que é improvável no momento pelo menor investimento dos clubes. A chegada de um patrocinador poderia colocá-la na ativa nesta temporada no Brasil.
“Preocupa (falta de investimento) todo mundo. Nível de salários caíram muito. Era para ser ao contrário. Crise chegou pesada para o esporte. Patrocinador depende da grana. Crise acabou cortando muito patrocínio. Então está numa situação que estava muito anos atrás. Quanto mais rápido puder sair da crise, para o esporte vai ser melhor. Investimento saíram demais”, falou Mari, campeã olímpica em 2008 que defenderá o Bauru.
Em seu caso específico, Mari disse que sua vinda para o Brasil é uma razão pessoal e não financeira. “Valeria a pena estar jogando fora ganhando em dólar e em euro. Minha opção de ficar no Brasil foi ficar perto da minha família, meu pai faleceu. Financeiramente falando, o Brasil não vale a pena ficar”, completou.
O cenário visto por Mari é semelhante ao de Murilo, do Sesi-SP. No caso do jogador, ele vê sua mulher, Jaqueline, desempregada neste início de temporada.
“Difícil falar, questão de investimento. País sofreu bastante com a economia, refletiu nas empresas, nos patrocinadores, acredito que não seja exclusividade do vôlei, essa falta de incentivo. É a realidade de hoje, a gente não está reclamando, nem criticando. Não adianta querer inventar nada. A gente fala bastante sobre essa situação, não tem como, vôlei está em evidência. Olimpíada acabou, teve Mundial de Clubes. Estou treinando todo santo dia. Chegam solicitações do exterior, a gente ainda fala sobre isso, não temos decisão formada: ‘vai ou não vai’. Ainda está quebrando cabeça para tentar achar solução. E aproveitando para ficar junto, curtir o Artur. É uma fase diferente, mas está treinando, está malhando, fazendo as coisas delas, se mantendo em forma”, afirmou.
Em Osasco, a levantadora Dani Lins perdeu duas companheiras de seleção para a temporada. Thaisa e Adenizia deixaram o Vôlei Nestlé e a levantadora lamenta a saída de estrelas.
“É triste, a gente vê a Fe Garay treinando com a gente até ir (para a China). A gente vê e fala ‘olha a jogadora que está perdendo o Brasil, com a chance de fazer a Superliga ser bem mais forte, muito melhor’. É triste, cada hora tem saído mais jogadoras. A tendência é sair mais se patrocinadores não vierem para cá, fica meio difícil”, finalizou.
Corte de investimento
Não são apenas os clubes que terão menos investimento para as próximas temporadas. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) também perdeu parte do dinheiro que vinha recebendo do Banco do Brasil.
Para fechar o novo acordo, o banco pagou R$ 10 milhões para o próximo quadriênio, 17% a menos do que os últimos quatro anos. O Banco do Brasil é o principal parceiro da entidade.
Tentativa de ajudar
O corte de investimento dos clubes fez com que muitas jogadoras e treinadores ficassem desempregados. Em Barueri, o técnico José Roberto Guimarães montou um clube para tentar uma vaga na Superliga B, segunda divisão do vôlei.
Até este momento, o novo time não conta com patrocinadores. Por isso, jogadoras como Érika, com passagem pela seleção, estão treinando sem receber dinheiro.
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