Leal diz sonhar com seleção, mas lamenta: "alguns atletas não me querem"
O ponteiro Yoandy Leal Hidalgo não conseguiu se naturalizar a tempo de disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O cubano se tornou brasileiro no fim de 2015, mas não teve tempo hábil para poder vestir a camisa do time de Bernardinho na conquista do ouro. Agora, próximo de iniciar mais uma temporada da Superliga, o atleta sonha em usar a competição para conseguir integrar o elenco para o novo ciclo olímpico.
O melhor da posição nas últimas temporadas da Superliga deveria conseguir a oportunidade com certa tranquilidade se mantivesse o mesmo desempenho. Mas Leal sabe que o fato de ser estrangeiro cria um empecilho extra, inclusive, no próprio elenco da seleção.
“Alguns jogadores não querem que eu vá. Mas a maioria quer. Já falei com muitos jogadores e eles estão interessados, estão falando para que eu possa fazer parte do time. Vou jogar bem, fazer meu trabalho, ajudá-los a manter esse topo. É algo que deve dar certo. Não sei como estão as coisas. Mas vamos esperar acabar a temporada e se for convocado, já vou estar muito feliz de participar”, falou.
“Falo mais com Willian, Wallace, Eder, Isac que estão lá no Cruzeiro (Wallace saiu do time na atual temporada). Falava com Lucão, Serginho e eles querem. Não é decisão deles e nem minha. Decisão do presidente que tem de falar o sim. Mas apesar disso, a maioria dos jogadores quer que eu jogue lá”, complementou.
Leal sabe que o fato de ser estrangeiro pode gerar uma rejeição inicial, mas o cubano explica que o objetivo dele é somar e ajudar o time.
“A princípio vai ser difícil porque o Brasil nunca jogou com jogador de fora do país. Alguns jogadores não estão de acordo. Mas eles têm de pensar que não estou indo tirar a oportunidade, estou indo para ajudar eles, ajudar a cumprir meu sonho. Ajudar a jogar em nível de seleção. Jogar uma Olimpíada, sei que acabaram de ganhar, mas 2020 é outra coisa. Então, quero ir, ajudar eles e fazer meu trabalho”, falou.
De acordo com Leal, tudo que poderia ser feito fora de quadra já está resolvido. Agora, ele só depende que o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Walter Laranjeiras, aprove sua participação no time.
“Não posso colocar meu foco nesse pensamento. Eu vou seguir fazendo meu trabalho. Vou jogar bem, tentar jogar bem. Se Deus quiser, jogar na seleção. Primeiro a Superliga, é uma temporada muito importante para mim e para todos que querem que eu jogue na seleção. Preciso primeiro jogar na Superliga para depois chegar na seleção. Tenho de fazer um trabalho para depois fazer outro. Se chegar na seleção, vou fazer meu trabalho. Eu quero jogar na seleção, mas não depende de mim. Sou brasileiro, tenho todos os documentos. Agora, só depende da decisão do presidente”, completou.
Atualmente, o regulamento da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) prevê que um atleta só pode defender uma segunda seleção dois anos após conseguir a sua nova nacionalidade, o que aconteceria no fim de 2017.
Oficialmente, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) afirma constantemente que nunca colocou empecilho para a convocação do cubano, desde que seja respeitado o regulamento da FIVB para este tipo de situação. Fora isso, a entidade ainda precisa definir quem será o treinador da seleção masculina para saber qual planejamento será traçado para o grupo nos próximos anos. A CBV afirma não ter plano B e espera que Bernardinho aceite permanecer à frente da equipe, atual campeã olímpica.
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