Dani Lins e Fabiana formam bloqueio da Unilever em ataque de Mari, do São Caetano, na semifinal disputada neste sábado no ginásio do Tijuca (RJ)
A Superliga feminina de vôlei 2009/2010 foi, com certeza, a mais equilibrada dos últimos anos. Mas encerradas as semifinais neste sábado, mais uma vez, pelo sétimo ano consecutivo, a decisão será entre Unilever e Osasco. O time carioca chegou a sua nona final de Superliga ao vencer novamente a Blausigel/São Caetano, desta vez por 3 sets a 2 (25-15, 20-25, 25-14, 25-27 e 15-8), e fechar a série melhor de três com duas vitórias a uma.
A grande decisão colocará frente a frente as duas equipes que já dominam o cenário nacional há oito anos. A última vez que um outro time ficou com o título brasileiro foi na temporada 2001/2002, com o Minas. Desde então, o antigo Rexona, que já havia vencido em 1997/1998 e em 1999/2000, faturou quatro taças (justamente as quatro mais recentes), e o Osasco ficou com outros três troféus.
A final desta temporada será disputada já no domingo que vem, no Ibirapuera, em São Paulo, às 9h45. Nos dois últimos anos, a decisão também foi jogada em partida única, mas no Maracanãzinho (Rio de Janeiro).
Para chegar a mais uma decisão, a Unilever teve grande atuação neste sábado. Embora as centrais Fabiana e Carol Gattaz tenham pontuado pouco, ambas foram muito importantes no bloqueio, que amorteceu grande parte dos ataques do São Caetano. Já a oposta Joycinha (maior pontuadora do confronto com 27 acertos) e a ponteira Regiane viraram quase todas as suas bolas, contando com uma apresentação quase impecável da levantadora Dani Lins.
Já pelo lado de São Caetano, Mari, que chegou a se descontrolar e fazer um gesto de ‘banana’ para a torcida, voltou a mostrar muita irregularidade em quadra, tal como a ponteira Mariana, que acabou substituída pelo técnico Mauro Grasso. A oposta Sheilla esteve muito bem, tal como a levantadora Fofão e a central Juciely, mas isso não foi suficiente para evitar a derrota.
"Nós vencemos dois sets e o tie-break com relativa facilidade, mas a tensão tomou conta em alguns momentos. Tivemos dificuldades, mas mostramos força. O time apresentou um vôlei de alto nível em vários momentos, e isso será importante em uma final em partida única", avaliou o técnico Bernardinho. "O time deles teve volume um pouco maior, que é a característica marcante da Unilever, e no quinto set isso abalou a gente também, apesar de termos feito aquela remonta no quarto set", concordou Mauro Grasso, treinador do São Caetano.
Se havia algum confronto de quartas de final da Superliga masculina de vôlei que não se esperava terminar em dois jogos era Sesi x Pinheiros/Sky. Mas a expectativa não se confirmou. Após vencer o primeiro duelo fora de casa, na última quarta-feira, por 3 sets a 2, o Pinheiros se superou neste sábado, venceu o Sesi por 3 a 1 (25-19, 25-22, 17-25 e 27-25) e assegurou vaga na semifinal do campeonato sem precisar da terceira partida.
O jogo foi cercado de tensão. Além de precisar vencer para forçar o terceiro duelo e de ter a barulhenta torcida do Pinheiros contra, o Sesi viu os rivais terem uma grande atuação. Além disso, os jogadores se descontrolaram com marcações da arbitragem.
A Unilever foi pra quadra com Dani Lins e Joycinha, Érika e Regiane, Carol Gattaz e Fabiana, além da líbero Fabi. Entraram ainda Amanda, Monique, Michelle e Camila Adão. Já o São Caetano começou com Fofão e Sheilla, Mari e Mariana, e Juciely e Natália, além da líbero Suellen. Também entraram Ciça, Dayse e Ana Maria.
São Caetano e Pinheiros, que foi eliminado pelo Osasco em apenas dois jogos, farão a disputa de terceiro lugar, que também deverá acontecer no próximo domingo.
O jogo
O São Caetano já começou a partida em ritmo muito lento e abusando das falhas. A equipe carioca passou pelo primeiro tempo técnico e chegou ao 10º ponto contando com nada menos do que cinco erros das visitantes, que ainda estavam no quinto ponto. A vantagem anfitriã só foi crescendo, e apesar dos dois tempos solicitados por Mauro Grasso, o São Caetano não conseguiu reagir. Com um ataque de Joycinha, a Unilever fechou o set com incríveis 25-15, contando com 14 erros das adversárias (contra apenas um das cariocas).
Diferentemente do que houve no jogo de quinta-feira, quando perdeu o primeiro set e ficou totalmente apático em quadra, o São Caetano conseguiu voltar para a segunda parcial deste sábado com uma força inesperada. Apesar de a Unilever sair na frente (4-2), as visitantes conseguiram virar (5-4) graças a dois bloqueios consecutivos de Sheilla em cima de Érika. A partir daí, o São Caetano cresceu e chegou a abrir sete pontos de vantagem (14-7). As cariocas até encostaram no placar (21-19), mas o time paulista não se abateu e fechou com 25-20 em um ataque de Mariana.
Mas o bom volume de jogo apresentado por São Caetano no segundo set ficou pra trás e não voltou. Sem muito trabalho, a Unilever foi aumentando sua diferença ponto a ponto, chegando a oito de vantagem (19-11) com uma Joycinha muito inspirada. As paulistas não tiveram força para tirar a sobra, e a Unilever fechou com facilidade em 25-14, em um ataque de Joycinha.
O início do quarto set teve o mesmo desenho do primeiro e do terceiro. Com o bloqueio chegando em todas as bolas do São Caetano, a Unilever logo abriu três pontos de vantagem (4-1). Mas com a ponteira Dayse, que entrara no final da terceira parcial, o São Caetano ganhou um novo gás e melhorou sua recepção, crescendo aos poucos e chegando ao empate (16-16). A partir daí, as duas equipes se revezaram na dianteira do marcador, e embora a Unilever tenha tido o primeiro match-point (24-23), o São Caetano virou e fechou com 27-25.
No tie-break, Sheilla continuou voando em quadra, mas a maior diversidade no ataque da Unilever fez a diferença. Com Fabiana, Joycinha, Regiane e Érika bem na partida, Dani Lins pôde distribuir melhor as jogadas e levou o time anfitrião a uma diferença de quatro pontos na troca de quadra (8-4). Depois disso, bastou administrar a vantagem para fechar o set com 15-8 e assegurar vaga em mais uma final de Superliga.
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