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Lello Lopes/UOL

Fabi e Camila Brait participam de treino da seleção feminina de vôlei em Nagoya

04/11/2010 - 15h00

Brasil usa Mundial para preparar líbero Camila Brait para o futuro

Lello Lopes
Em Nagoya (Japão)

A posição de líbero é a que menos tem rotatividade na seleção brasileira feminina de vôlei. Com Fabi dona incontestável da posição desde 2005, poucas meninas tiveram chance de brigar por uma vaga na equipe. Mas agora o Brasil trabalha para o futuro da posição. E esse futuro tem nome e sobrenome: Camila Brait.

Mineira de Frutal, cidadezinha de 50 mil habitantes na divisa de São Paulo, Camila foi convocada graças à mudança de regra imposta pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB), de que as equipes podem inscrever duas líberos no Mundial.

Com isso, a comissão técnica resolveu chamar para a reserva de Fabi alguém que possa substituí-la no futuro, mesmo que a possibilidade de entrar em quadra agora seja pequena. E, pelo que tem apresentado nos últimos anos com a camisa do Sollys/Osasco, Camila Brait é a aposta mais certeira.

“A Camila ajuda muito porque é a ‘regra três’ da Fabi. Ela tem muita qualidade, é uma das melhores líberos do mundo. É muito rápida de reflexos, chega com facilidade em bolas que estouram. É uma jogadora que defende muito bem e tem um bom passe”, elogia o técnico da seleção, José Roberto Guimarães. 

Nos treinos, Camila, de 22 anos, está enturmada. Ela brinca bastante com as outras jogadoras, especialmente a ponteira Natália, com quem divide o quarto, e a líbero Fabi. A atleta admite que quando chegou à seleção, no ano passado, via a companheira de posição como um certo distanciamento.

“Sempre vi a Fabi como um ídolo. Agora a nossa relação ficou mais próxima porque ficamos mais amigas, tenho mais intimidade com ela”, disse Camila Brait, que durante os treinamentos sempre fica no time adversário de Fabi.

Para a titular, oito anos mais velha que Camila, a hora é de passar um pouquinho de experiência para a novata. E aproveitar esse contato com um sangue novo na seleção para evoluir.

“Estou sempre enchendo o saco dela, brincando, dando os toques que eu acho que posso dar e tentando aprender alguma coisa também. Ela é desencanada, está sempre com um espírito bacana. É importante essa troca. O que eu puder fazer para passar alguma coisa que acrescente na carreira dela hoje e para o futuro eu vou fazer”, promete Fabi.

E o futuro de Camila Brait pode ser bem próximo. Em 2011, o técnico José Roberto Guimarães pretende montar uma equipe B para jogar alguns campeonatos. A líbero é nome certo no time. E aguarda ansiosa a sua vez.

“Líbero é mais ou menos como o goleiro no futebol. A pessoa joga ou não joga, não tem como ficar duas meninas na quadra. Mas sempre me dei bem com isso”, disse Camila, que sentiu o gostinho de entrar em quadra no Mundial ao disputar alguns pontos contra o Quênia na estreia do Brasil.

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