Presidente explica Fortaleza consolidado na elite após 8 anos na Série C
Clube com bom início no Brasileirão, no início de sua terceira edição seguida na primeira divisão, o Fortaleza passou anteriormente por um período difícil, disputando a terceira divisão entre 2010 e 2017, quando adotou um trabalho de organização em sua gestão que se seguiu de título inédito da Série B e a consolidação na Série A, inclusive tendo ido a uma Copa Sul-Americana em 2020.
Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, explica a dificuldade que foi para o clube passar tantas temporadas seguidas na terceira divisão e como foi possível a ascensão até o estágio atual.
"Essa história dá um filme, foram oito anos de Série C. Para algum torcedor do Brasil que possa querer imaginar o que são oito anos de Série C para o Fortaleza. Imagine o São Paulo oito anos na Série B, o Flamengo, o Corinthians oito anos na Série B. É inimaginável, não é? Então o Fortaleza oito anos na Série C é mais ou menos essa dimensão. Foram oito anos longe dos holofotes, longe dos grandes palcos, longe dos maiores cenários, das maiores competições, das maiores receitas e em vários desses anos", afirma Paz.
"O calendário do Fortaleza parava ali em setembro, em outubro, só voltava em janeiro, ou final de janeiro, começo de fevereiro. Então, por muitos momentos o clube passou três a quatro meses sem nenhum jogo, isso significa também diminuição de faturamento, mas conseguiu se manter firme apesar das dificuldades e deu uma reviravolta muito grande. Se chegasse para qualquer torcedor do Fortaleza em setembro de 2017 dissesse assim: 'em novembro de 2019 o Fortaleza vai estar classificado para a Copa Sul-Americana?, diriam que era loucura, mas foi isso o que aconteceu, subiu em 2017 para 2018", completa.
Marcelo Paz aponta para o profissionalismo na gestão do futebol como principal fator no sucesso do Fortaleza, com a remuneração de dirigentes, a expansão de negócios contando com a participação do torcedor e até a criação de uma marca própria de uniforme.
"O caminho dessa mudança foi gestão, não tem outra coisa, a torcida sempre existiu, sempre apoiou, estavam lá em 2006, quando caiu da A para a B e estavam em 2018 quando subiu da B para a A. O clube passou a fazer um modelo de gestão profissional, remunerando os seus dirigentes, tendo planejamento estratégico, tendo todas as diretorias seguindo metas e objetivos, independente de a bola entrar ou não, acreditou no potencial da torcida, no potencial comercial da torcida, instalou lojas na cidade inteira, a marca do clube passou a ser mais divulgada, os produtos passaram a ser mais vendidos", afirma o dirigente.
"Um trabalho de gestão minucioso, sem amarras políticas, a diretoria é formada de forma técnica, com pessoas que têm conhecimento naquela área em que estão atuando, então a soma desses fatores com a torcida, que chega junto, que apoia, foi o catalisador aí desse acesso, desse crescimento do Fortaleza depois de 8 anos na Série C, conseguir chegar na Série A e se manter por três anos e estar em uma competição sul-americana", conclui.
O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.
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