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Mauro Cezar: Eliminatórias da América do Sul também deveriam ser discutidas

Do UOL, em São Paulo

04/06/2021 16h52

Em meio a uma discussão sobre a realização da Copa América no Brasil durante um período no qual há registro de mais de 2 mil mortes em 24 horas, além do fato de a Argentina ter desistido de sediar a competição também pelo estágio da pandemia, são disputados nesta semana os jogos pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo, como o da seleção brasileira hoje diante do Equador.

No podcast Posse de Bola #131, Mauro Cezar Pereira afirma que também deveria haver discussão sobre a realização de eliminatórias no formato atual, citando que seria mais viável a divisão dos países do continente em grupos para a redução na quantidade de partidas e assim os deslocamentos em um momento pandêmico.

"As Eliminatórias também são uma aberração nesse formato que é disputado, a manutenção de pontos corridos, 18 jogos para cada seleção. O que nós temos durante as Eliminatórias, nas datas Fifa, como essa dessa semana, é o que vai acontecer na Copa América numa escala maior, porque as seleções ficam viajando pela América do Sul", diz Mauro Cezar.

"As eliminatórias deveriam ser discutidas. Na situação que o mundo está vivendo, deveriam ser disputadas em dois grupos de cinco, os dois primeiros colocados se qualificariam para o Mundial de 2022, os terceiros fariam uma repescagem pela última vaga e o vencedor desse confronto jogaria com o representante de outro continente. Cada seleção jogaria oito partidas, uma delas teria dez e essa que fosse até o último estágio para conseguir a classificação, conseguindo ou não, faria 12 jogos. No formato atual são 18", completa.

Mauro afirma que a redução de jogos também reduziria parte do faturamento das federações, o que faz com que elas não coloquem em prática um plano de redução, criticando também a organização da Eurocopa por manter a realização em diferentes países e não em sede única.

"Estamos na pandemia, então alguém tem que cortar um pouquinho também. As confederações nacionais continuam pensando nelas e na Conmebol, mas elas não têm folha de pagamento, os clubes têm que continuar jogando, de um jeito ou de outro, tentam jogar, porque eles têm folha de pagamento. O clube de futebol contrata jogador, hoje o Gabigol vai jogar pela seleção, o Flamengo está pagando até hoje o Gabigol, custa dinheiro. Agora, quanto a CBF paga para contar com o Gabigol? Nada", diz Mauro.

"Na Eurocopa também. Por que a Eurocopa vai ser itinerante por vários países no meio da pandemia? Por que não mantiveram ou retornaram ao formato antigo, com uma sede? A sede principal é na Inglaterra? Faz na Inglaterra. Tem grupo da Eurocopa com distância de 4,5 mil km, porque tem jogo em São Petersburgo e jogo na Europa Ocidental, então você tem distâncias absurdas que vão ser percorridas. Também está errado, é óbvio que está errado, não é só aqui, lá também fazem umas coisas, que é interesse comercial, claro", conclui.

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