F-1 mostra bastidores e o futebol ainda discute áudio do VAR, diz executivo
O futebol implementou em 2018 o uso do VAR para a correção de erros de arbitragem, sendo que o público não tem no momento em que é tomada a interpretação do juiz para a jogada, como ocorre no futebol americano e em outros esportes, na busca por dar ao público outros atrativos para o acompanhando de uma partida.
Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do UOL, o executivo de marketing Bruno Maia, especialista em inovação e negócios digitais, cita como exemplo a forma como a Fórmula 1 passou a abrir seus bastidores com a série Drive to Survive depois que foi adquirida pela Liberty Media e vê o futebol ainda na direção contrária.
"A principal questão é a gente entender como que a gente pode, com as ferramentas que hoje a gente tem, e isso é mais fácil e mais rápido, se tiver boa visão, de fazer, não depende tanto da tecnologia, a tecnologia pluga nisso. Como é que a gente faz para acompanhar mais o torcedor, o consumidor, o fã no dia a dia dele, tornando mais relevante", diz Maia.
"Quando a gente falou ali, eu falei do Drive to Survive, a série da Fórmula 1, que escancara, eu lembro há pouquíssimo tempo, o paddock da Fórmula 1, um lugar misterioso, só vão os super empresários, as modelos e tal. Quando você vê os caras escancarando, botando tudo para dentro, mostrando os conflitos dos boxes acontecendo, dividindo, expondo e a gente no futebol está discutindo se o árbitro, o diálogo do árbitro pode aparecer ou não, sabe? Esse tipo de bobagem, a estupidez que a gente tem, esse medo que a gente tem do consumidor poder ver o jogo ou poder dominar o produto", completa.
O executivo usa o exemplo de uso de recursos durante as partidas, como fantasy games, também podem ajudar a na fidelização do público, citando exemplos de atrativos do League Pass da NBA e a apresentação de números relacionados ao Cartola durante o jogo no Campeonato Brasileiro.
"Quando a gente conseguir entender que quem manda é o fã, o jogo tem que ser feito para ele, o produto tem que ser feito para ele, porque tem ferramentas hoje para controlar tudo o que ele quiser, aí vão aparecer pequenas soluções muito menores do que essa, que podem ser, como a gente citou, as narrações com torcedores do próprio time, ou, por exemplo, quem gosta de Fantasy game e que acaba usando muito dados estatísticos, números e gosta de acompanhar o jogo assim", afirma Bruno Maia.
"Um tempo atrás a Globo começou a incorporar os dados do Cartola na transmissão, que pode ser muito mais legal, a NBA já tem o League Pass, um canal que mesmo no Brasil você assina e pode ver o jogo com as estatísticas em cima dos jogadores em tempo real, vão ter coisas mais simples do que essa e que vão chegar mais rápido, e que vão tornar o entretenimento mais legal e mais parecido com aquele videogame que para o jovem é uma opção a qualquer momento. Eu posso no celular trocar de aplicativo, sair do futebol e ir para o game. Agora, se eu estou tendo uma experiência mais próxima aqui, a chance de eu mudar de aplicativo vai diminuindo, você fica mais tempo na vida dele, faz ele gostar mais de futebol", conclui.
O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.
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