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ANÁLISE

Mauro: "Gostei mais do comportamento dos garotos do Fluminense que do Fla"

Do UOL, em São Paulo

06/03/2021 04h00

Os clubes do Rio de Janeiro iniciaram o campeonato estadual utilizando os garotos das categorias de base, com o Flamengo vencendo com um gol marcado já nos minutos finais, enquanto o Fluminense foi derrotado pelo Resende, em jogo que teve erros de arbitragem que acabaram prejudicando a equipe tricolor.

No podcast Posse de Bola #105, Mauro Cezar Pereira afirma que, embora o resultado do time rubro-negro tenha sido a vitória, ele gostou mais da postura dos atletas do Fluminense na partida de estreia, considerando alguns jogadores bastante promissores e que podem ser úteis ao time principal comandado pelo técnico Roger Machado.

"É engraçado, parece contraditório, mas eu gostei mais dos garotos do Fluminense do que dos garotos do Flamengo na terça-feira e do que os do Vasco também na quarta-feira. Gostei mais do comportamento dos jogadores jovens do Fluminense do que dos jogadores do Flamengo. Embora o Flamengo tenha vencido com um gol incrível do Max no último lance e o Fluminense tenha perdido", diz Mauro Cezar.

"Só perdeu porque foi muito prejudicado pela arbitragem. Tirando os resultados, eu digo o comportamento em campo, porque esses jogos iniciais, eles estão servindo para isso, o Fluminense, o Flamengo, o Vasco e o Botafogo, o Botafogo já vem mesclando e mesclou na estreia contra o Boavista, jogadores desde a reta final do Campeonato Brasileiro”, completa.

O jornalista cita Gabriel Teixeira e Kayky como jogadores que o agradaram na partida na qual o Fluminense teve uma falha de Frazan quando sofreu o gol de empate, vindo a sofrer a virada no último lance da partida.

"O Gabriel, número 7, por exemplo, um meia pela esquerda, gostei muito da atuação dele, jogador muito lúcido, organizador e depois entrou o Kayky, que é driblador e tal, ainda um pouco verde, umas escolhas erradas, mas tem 17 ou 18 anos, mas parece ter potencial. O Fluminense tomou um gol numa tolice do Frazan, que deu uma bicuda, a bola bateu no jogador do Resende, ricocheteou e na sobra o empate e no último lance o Resende fez o gol, mas o Fluminense foi muito prejudicado", diz Mauro Cezar.

"Um negócio bizarro o que fizeram ontem com o Fluminense no Maracanã, mas eu gostei do comportamento dos jogadores, eu achei interessante, tem bons valores ali, acho que o Fluminense vai tirar mais alguns jogadores para o time de cima. Esses jogos iniciais só servem como laboratório, mais nada", completa.

Já no caso do Flamengo, o jornalista aponta uma preocupação com a postura de Daniel Cabral, que é um dos badalados da base rubro-negra e acabou saindo após levar uma pancada na partida de estreia diante do Nova Iguaçu, substituído justamente por Max, que foi o autor do gol da vitória.

"Eu achei curioso, por exemplo, o Daniel Cabral, que é um jogador muito badalado. Até parece que realmente se machucou, tomou uma pancada na altura da cintura e já pediu substituição. Eu fiquei pensando, se eu sou um jogador com 17 ou 18 anos, estou no time principal e eu tomo uma pancada na cintura, eu só saio se o médico mandar. E quero jogar até o final. Já na hora ele disse que não dava mais. Ou ele tem uma capacidade incrível de fazer um auto diagnóstico ou já é daquele meninos que já se acham especiais e é tratado como tal", afirma Mauro.

"Essa é uma crítica construtiva, por favor, não estou aqui querendo detonar o garoto, não, mas isso é importante na base. Alguns meninos em time grande, o São Paulo conviveu muito tempo com isso por conta de Cotia, dizia-se muito que os jogadores eram tão paparicados, tinham uma estrutura tão profissional, que eles eram acomodados antes de chegarem no profissional. Isso é muito perigoso, às vezes um garoto na base tem uma chance dessa de jogar, é o time principal. Só tem garotos, mas é o Campeonato Carioca, tem a TV mostrando, a torcida está de olho, você quer mostrar serviço, e ele tomou uma pancada e automaticamente saiu do jogo", conclui.

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