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ANÁLISE

Juca: Considerar o Botafogo hoje um dos 12 maiores no Brasil é sofismo

Do UOL, em São Paulo

09/02/2021 04h00

O Botafogo sofreu na última sexta-feira (5) o terceiro rebaixamento de sua história no Campeonato Brasileiro, com quatro partidas de antecedência, voltando a campo ontem (8), quando foi goleado pelo Grêmio por 5 a 2, piorando uma campanha que nem de longe lembra os grandes momentos do clube alvinegro, campeão brasileiro de 1995.

No podcast Posse de Bola #98, Juca Kfouri analisa a situação do Botafogo com muita preocupação com a existência do clube no futuro, considerando os problemas financeiros que tem, o número baixo de torcedores e a falta de grandes conquistas nos últimos anos, não considerando possível colocá-lo como um dos 12 maiores do Brasil.

"Eu olho para o Botafogo e vejo o América do José Trajano. O Botafogo ruma para isso, porque, inclusive, o estádio do Botafogo, que era para ser uma solução, a exemplo de Itaquera, é um dos problemas do Botafogo, só que a torcida do Botafogo é incomparavelmente menor do que a torcida do Corinthians, a torcida do Botafogo não serve para permitir a sobrevivência do Botafogo", diz Juca.

"Não tenho esse dado estatístico, mas imagino que cada vez mais a torcida do Botafogo seja uma torcida envelhecida, que cada vez menos jovens sejam torcedores do Botafogo e o Botafogo corre o risco de entrar para a história como o maior fornecedor de campeões mundiais pela seleção brasileira, tudo aquilo que o botafoguense sabe de cor e salteado, mas que se desmilinguiu no tempo e no espaço", completa.

Juca afirma que a realidade do Botafogo hoje parece distante do clube que foi vencedor por tantos períodos e compara a condição com a do Cuiabá, cujo torcedor deve considerar normal entrar em um Campeonato Brasileiro disputando para não cair, o que espanta quando se torna o comum também para o clube que já teve craques como Garrincha, Didi, Amarildo, Zagallo, entre outros grandes nomes do futebol brasileiro.

"Hoje você dizer que o Botafogo é uma das 12 maiores forças do futebol brasileiro, é um sofismo, é uma referência histórica apenas, não tem nada a ver com a realidade, está caindo pela terceira vez silenciosamente. Claro que para tanto colabora o fato de o torcedor não poder ir ao estádio, mas colabora também a passividade mesmo e quase como aquela convicção antes do campeonato começar que o time que o Botafogo tinha, era para cair", afirma Juca.

"O próprio torcedor botafoguense olha para o Botafogo como eu imagino que hoje o torcedor do Cuiabá esteja olhando, dizendo 'bom, o Cuiabá vai jogar a Série A. Provavelmente, vai cair', ainda vai ter que se solidificar, mas é natural. Este Cuiabá é uma experiência recente e muito bem sucedida, e que provavelmente, segundo o próprio dono do clube, ainda não está suficientemente sedimentado para permanecer. O Cuiabá, o torcedor olha e diz 'tudo bem, que caia'. O botafoguense está olhando para o Botafogo e dizendo ‘essa é a nossa realidade'", conclui.

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