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Mauro Cezar: "Não há nenhuma busca por outro técnico no Flamengo"

Do UOL, em São Paulo

31/01/2021 04h00

O técnico Rogério Ceni virou alvo de críticas de torcedores após a derrota do Flamengo para o Athletico-PR e, mesmo após a vitória diante do Grêmio por 4 a 2 na última quinta-feira (28), mais uma vez teve decisões questionadas nas mídias sociais de rubro-negros, mas seguirá no cargo, ainda mais com o fato de o time estar vivo na disputa pelo título do Brasileirão.

No podcast Posse de Bola #95, Mauro Cezar nega boatos de que os dirigentes flamenguistas tenham procurado outro treinador para o lugar de Ceni e que o atual comandante só deve ser substituído em caso de fracasso ao final da temporada, com derrotas e sem o time conseguir boas atuações.

"Dentro do clube, tirando corneteiros, aqueles caras que ficam falando as coisas e tal, não há nenhuma busca por outro técnico, os dirigentes não estão procurando treinador. Claro que houve momentos de uma certa insatisfação, até publiquei ontem no meu blog que a expectativa até da diretoria era de que o Rogério, a expressão que eu ouvi foi 'respeitar a crise', ou seja, não arrisque tanto, não faça jogadas tão arriscadas", afirma Mauro Cezar.

"O Rogério se inspira muito no Osório, então ele gosta de mexidas um pouco radicais. O Arão na zaga eu acho que é até bem suave em relação a outras coisas que ele certamente pensa em fazer e não acho ruim, acho que o técnico deve ser criativo, deve ter coragem de experimentar jogadores em outras posições. Os grandes técnicos do futebol internacional fazem isso, só que há momentos e momentos. De fato, esse não é um momento muito bom para isso", completa.

O jornalista afirma que até mesmo o nome de Luiz Felipe Scolari surgiu entre os boatos, o que não procede e que acaba sendo prejudicial até para a imagem do treinador campeão mundial de 2002 e recém-saído do comando do Cruzeiro.

"O fato é, eles não vão mudar de técnico, teve vários boatos plantados essa semana, que são boatos para valorizar esses treinadores, quem vaza isso, vaza com o intuito de colocar na pauta da imprensa, que tolamente ou convenientemente embarca nessa. Não tem nada de Felipão, zero. Não tem rigorosamente nada, não existe isso, acho até um desrespeito com o Felipão pela sua trajetória no futebol que o seu nome seja lançado assim como se fosse um técnico qualquer aí dando sopa. Não acho nem legal para ele, sinceramente, acho péssimo para ele", diz Mauro.

"Eles não estão procurando outro treinador. Agora, se o Flamengo fracassar, é evidente que poderão fazê-lo e deverão até acabar contratando outro técnico dado o desgaste. A única chance do Rogério é ganhar um campeonato. Agora, pode acontecer também de o Flamengo não ganhar o campeonato e encerrar a temporada jogando muito bem. E se o Inter continuar vencendo os seus jogos? E o Flamengo vencendo os jogos jogando bem, ele vai ficar", completa.

Para o jornalista, as críticas ao trabalho de Ceni são desproporcionais, ao mesmo tempo em que os jogadores não recebem a mesma cobrança de uma ala da torcida que acredita que o time vai ganhar sempre, sendo que a hegemonia de um clube no futebol brasileiro não é uma realidade. Mauro também aposta que o treinador terá uma carreira de sucesso, o que talvez ainda não ocorra no comando do Flamengo.

"Acho que o Rogério vai ser um grande treinador, vai depender muito do amadurecimento dele, não sei se vai ser no Flamengo ou se vai ser no São Paulo ou em outro clube, depende muito do amadurecimento dele, de ele entender o momento de arriscar e não arriscar, e até das relações dele com os jogadores que têm que ser aprimoradas, mas eu acho que ele tem todas as condições de ser um ótimo treinador. Estou falando isso agora no momento em que ele está tomando porrada da torcida do Flamengo", diz Mauro.

"Não sei se será agora, acho que ele não está totalmente maduro, totalmente pronto, o que é normal, mas acho que ele tem todo o perfil para ser um ótimo treinador, vai depender muito do entendimento de várias questões, de um amadurecimento, até de uma boa dose de humildade para entender que em certos momentos você tem que recuar um pouquinho, recuar que eu falo não dentro do campo, recuar em decisões, em posturas, para você conseguir administrar tudo o que envolve essa função, que é muito complexa", conclui.

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