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Mauro Cezar: "Momento do Abel é ótimo, mas não apaga os erros anteriores"

Do UOL, em São Paulo

27/01/2021 04h00

Criticado pelos trabalhos recentes, Abel Braga levou o Internacional à liderança do Campeonato Brasileiro, com quatro pontos de vantagem em relação ao segundo colocado São Paulo. A campanha pode levar o Colorado a encerrar um jejum de 41 anos sem o título que venceu nas edições de 1975, 1976 e 1979. E o bom trabalho tem sido reconhecido, com a recuperação do experiente treinador.

No podcast Posse de Bola #94, Mauro Cezar Pereira reconhece os méritos de Abel Braga e afirma que tudo está dentro de um contexto, de aproveitar uma temporada atípica e fazer com que a forma de jogar do Inter pudesse sobressair, com acertos do treinador e também características que são remanescentes da passagem do argentino Eduardo Coudet.

"Nada acontece isoladamente, está tudo dentro de um contexto, é obvio que se o Abel consegue levar o time a oito vitórias seguidas e ele é o técnico, é evidente que ele tem os seus méritos. Ele herdou um time que não era terra arrasada, quando você vê, por exemplo, o Internacional pressionar o São Paulo no seu campo no começo do jogo, o jogo da goleada de 5 a 1, recuperando bola e pressionando, você vai lembrar do Internacional do Coudet fazendo isso também", afirma Mauro Cezar.

"Alguns elementos do jogo do Coudet continuaram, o Abel colocou um pouco do seu tempero que não é diferente, por exemplo, do Fluminense campeão brasileiro em 2012, e no futebol praticado nessa temporada atípica, com queda de qualidade no mundo inteiro, ele fica mais nivelado. Se você pegar o melhor do Abel e colocar contra o melhor do Sampaoli e do Jorge Jesus em 2019, eu acho que não teria essa condição de competição, seria diferente, porque era outro nível de futebol”, completa.

Mauro diz que o nível do futebol jogado no mundo tem sido abaixo de temporadas anteriores devido à pandemia, citando casos da Inglaterra, da Espanha e da Itália. Ele também afirma que o êxito do trabalho atual do técnico não apaga erros que ele cometeu em trabalhos anteriores e que resultaram em críticas, são coisas distintas na análise.

"O trabalho dele foi ruim no Flamengo, foi ruim no Cruzeiro e foi ruim no Vasco e no Inter está sendo ótimo. Pegou um time que, repito, não era terra arrasada, transformou em um time mais reativo", diz o jornalista.

"Eu acho que são coisas diferentes, o momento do Abel é ótimo, o Internacional, o trabalho dele, as vitórias, a vitória sensacional sobre o Grêmio. Agora, é preciso descolar isso e não pode ser justificativa para trabalhos ruins. Isso não pode ser justificativa para quem mistura amizade com trabalho para ficar sustentando suas teses estapafúrdias, tentando justificar a fusão de amizade com o trabalho", conclui.

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