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Arnaldo: "Já não sei se essa diretoria do Cruzeiro é capaz de arrumar a casa"

Do UOL, em São Paulo

20/01/2021 04h00

O Cruzeiro joga hoje contra o Operário-PR pela Série B do Campeonato Brasileiro já sem chances do acesso para retornar à primeira divisão, vindo de derrotas seguidas para Oeste e Juventude, e tentando rechaçar qualquer risco de queda para a Série C, que também já é remoto, mas o ano do centenário do clube tem como marca uma campanha muito abaixo da expectativa do torcedor.

No podcast Posse de Bola #92, Arnaldo Ribeiro vê um momento complicado e com discursos fora de sintonia entre os dirigentes cruzeirenses e o técnico Luiz Felipe Scolari, além de diversos problemas acumulados na questão financeira e política.

"Acho que dá para a gente analisar desde o 'sim' do Felipão. Aquele foi o melhor momento da relação dele com o Cruzeiro, porque ninguém queria dizer o 'sim'. Técnico da Chapecoense não quis, técnico do América-MG, o Lisca, não quis, Felipe Tigrão, do Guarani, não quis, ninguém queria assumir o Cruzeiro, que tomou uns três ou quatro 'nãos' antes do 'sim' do Felipão", diz Arnaldo.

"A cada entrevista, ficava nítida a desconexão entre o que o Felipão achava da missão dele e o que a diretoria projetava, tinha uma distância no discurso que confundia a cabeça do torcedor. O Felipão, a todo jogo, mais ou menos como o Luxemburgo dizia lá atrás, 'meu compromisso feito aqui era não deixar o Cruzeiro cair para a Série C', que era aquele perigo quando ele assumiu, e pensar a temporada seguinte, sobretudo saneando a casa, pagando os jogadores e tudo mais. A diretoria do Cruzeiro, a partir da primeira reação 'é possível subir, cair não vamos mais'. E aí começaram a acontecer os problemas do dia a dia", completa.

Entre os problemas citados por Arnaldo, problemas no pagamento de salários, jogadores recusando concentração como forma de protesto, e o pior que parecia ter passado, ficou diferente na visão do jornalista. Se antes ele considerava que o pior parecia já ter passado, mesmo com as chances remotas de retorno para a primeira divisão para a próxima temporada, agora há dúvidas.

"Eu acho que esse ruído, uma coisa é o trabalho trivial do Felipão, a outra era a impressão que com essa nova diretoria, a coisa, o pior já tinha passado, eu falei até essa frase aqui no Posse de Bola e me arrependi, 'parece que o pior já passou para o Cruzeiro', mesmo não subindo, o que é um vexame, o pior já passou, eu não sei, depois dessas últimas semanas eu não sei. Eu não sei se essa diretoria é capaz de arrumar a casa e se esse casamento às pressas e arranjado entre Felipão e Cruzeiro vai permanecer", afirma Arnaldo.

"Acho decepcionante o trabalho, não achei decepcionante quando ele [Felipão] disse o 'sim’, achei até uma atitude que naquele momento em que o Cruzeiro não tinha ninguém que acenasse, ninguém que tivesse a mínima vontade/coragem de assumir o Cruzeiro naquela situação, dissesse o sim. Achei até essa atitude do Felipão louvável, mas o trabalho limitado, é um trabalho de permanência apenas na Série B do Brasileiro, e a Série B, pelas características, por quem ficou, por quem está sendo rebaixado e por quem está subindo, promete ser bem mais complicada do que vinha sendo", conclui.

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