Arnaldo: "Eu não vejo o Palmeiras como postulante ao título brasileiro"

O Palmeiras está garantido nas finais da Copa Libertadores e da Copa do Brasil, mas também não está distante dos líderes no Campeonato Brasileiro e tem pela frente hoje o clássico diante do Corinthians, que no caso de vitória o deixa a cinco pontos do São Paulo e com um jogo a menos, mas com uma derrota diante do maior rival podendo significar um afastamento definitivo da briga pelo título 11º título, além da necessidade de recuperar visando a decisão continental contra o Santos, após a impressão deixada contra o River Plate na segunda semifinal.

No podcast Posse de Bola #92, Arnaldo Ribeiro vê o confronto entre Palmeiras e Corinthians pelo Brasileiro como mais relevante para o time alvinegro em termos de pontuação e tem dúvidas se o técnico Abel Ferreira vai tratar o dérbi com a mesma importância que o torcedor. O jornalista não vê o time palmeirense ainda brigando pelo título brasileiro e destaca atuação no primeiro tempo contra o Grêmio, mas chama a atenção para o baque que o time sentiu após levar o empate na sexta-feira.

"O confronto na verdade só vale mesmo em termos de pontuação para o Corinthians, na minha opinião, agora, quem tem que lidar com a condição de melhor time e jogar em casa é o Palmeiras. Eu não vejo o Palmeiras, não via o Palmeiras, nunca vi depois de passar para as duas finais como postulante ao título brasileiro, pelo acúmulo de coisas", diz Arnaldo.

"Essa reação na partida contra o Grêmio, de fato aconteceu, o time jogou bem, com uma outra escalação completamente diferente, porém, quando o Diego Souza empata o jogo, o Palmeiras sente e quase perde de virada. Aliás, de novo o goleiro Weverton tem aparecido em momentos em que o Palmeiras está por um fio, quase perdeu o jogo de virada, sentiu. Então acho que tem uma questão ainda a ser trabalhada até a final contra o Santos", completa.

O jornalista afirma que os técnicos estrangeiros não demonstraram no Brasil que encaram os clássicos regionais com a mesma importância que torcedores e os próprios técnicos brasileiros, o que deixa a dúvida sobre um time de Abel Ferreira priorizando a vitória no jogo de hoje ou preservado para tentar vencer o Flamengo na quinta-feira.

"Eu vejo com muita curiosidade e isso aconteceu com todos os treinadores estrangeiros quando vieram trabalhar no Brasil recentemente, a grande maioria, quase todos eles não têm muito a 'noção' ou a dimensão da importância do clássico com o maior rival. Para mim é interessante saber se o Abel Ferreira, português recém-chegado, faz alguma distinção entre Palmeiras x Grêmio, Palmeiras x Corinthians e Palmeiras x Flamengo, são os confrontos na sequência", afirma Arnaldo.

"É claro que para o torcedor do Palmeiras tem uma hierarquia evidente, Corinthians é o mais importante, Flamengo em segundo e Grêmio em terceiro. Não me surpreende se o Abel Ferreira tiver uma ordem inversa de acordo com o calendário que ele tem pela frente. Essa situação, se fosse o Luxemburgo o técnico do Palmeiras, ele sabia bem o que estaria acontecendo nessa segunda de noite, se fosse um brasileiro com essa circunstância", completa.

O jornalista também lembra que Vagner Mancini conseguiu se firmar no Corinthians e construir uma sequência positiva depois de vencer o São Paulo no clássico e sabe bem o que significa o jogo para os clubes.

"Vamos ver como que o Palmeiras vai entrar, independentemente da escalação para esse jogo, se vai entrar como se fosse uma final pela rivalidade ou vai entrar como mais um jogo. É curioso porque é a primeira vez que o Abel vai viver essa experiência. O Mancini sabe exatamente o que significa um Palmeiras e Corinthians e um São Paulo e Corinthians, por exemplo, ele sabe exatamente o peso que tem", diz Arnaldo.

"Se Palmeiras e Corinthians servir como preparação e aprendizado para Palmeiras e Santos, ótimo, mas não é o último jogo. Para o Vagner Mancini, em tese, é por uma série de questões. Ele se construiu muito o Vagner Mancini depois da vitória sobre o São Paulo, foi a partir dali que o corintiano, que já estava ganhando, já estava se recuperando, mas foi a partir dali que ele 'opa, ganhamos do rival, ganhamos do líder. O rival não ganha da gente'. Então eu acho que vai muito de cada um, não vejo um treinador, ainda mais um europeu, tão familiarizado com esses pequenos detalhes", conclui.

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