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Mauro Cezar: Abel Ferreira faz um trabalho eficiente, mas não extraordinário

Do UOL, em São Paulo

09/01/2021 04h00

O Palmeiras conseguiu uma vitória importante contra o River Plate na primeira partida da semifinal da Libertadores, na Argentina, com os 3 a 0, placar que o clube argentino não perdia como mandante por um time brasileiro na competição desde o Flamengo em 1981. E a atuação do time alviverde teve semelhanças com a forma com a qual o técnico português Abel Ferreira fez para derrotar o Benfica de Jorge Jesus com o PAOK na Liga dos Campeões.

No podcast Posse de Bola #89, Mauro Cezar Pereira cita a semelhança da vitória do Palmeiras contra o River e a do PAOK diante do Benfica e diz que Abel armou um time reativo, o que foi uma característica do clube paulista nas conquistas dos últimos anos, com um time reforçado na defesa e que explora contra-ataques em velocidade.

"Jogou da maneira que a gente vinha falando aqui há um tempão, não tem outro jeito, porque é como joga o Palmeiras. Se tentar de outra forma, não sabe jogar, os jogos do América-MG mostraram isso. Essa é a falta de repertório, que não significa falta de futebol, é falta de repertório, você não joga de diferentes formas, tem uma maneira de jogar e é eficiente, desde o técnico interino Andrey Lopes, o Cebola", diz Mauro Cezar.

"Funcionou assim, e foi muito bem preparado, aliás, com uma semelhança muito grande até, meu amigo Bernardo Ramos até destacou isso com estatísticas em uma conversa que eu tive com ele outro dia, a semelhança entre PAOK e Benfica com o Abel Ferreira e Palmeiras contra o River Plate, em estatísticas, número de passes, finalizações, muito parecido, estratégia parecida, ele usou a receita do jogo que eliminou o Jorge Jesus e que, de certa, pesou até para que ele recebesse o convite do campeão paulista”, completa.

Mauro afirma que a forma como o Palmeiras atua com Abel Ferreira está mais próxima de períodos de conquistas sob o comando de Cuca e Felipão do que ao que jogava a Academia que contava com Ademir da Guia e que o técnico português ainda não teve tempo para aumentar o repertório do time ao qual comanda há apenas dois meses.

"O Palmeiras joga bem assim, o Palmeiras jogava assim com o Felipão, o Palmeiras tinha essas características também com o Cuca. O Palmeiras da Academia, dos anos 1960, dos anos 1970, essa eu vi, não jogava dessa maneira, era um time clássico, tinha o Ademir da Guia, era um time que ficava com a bola, com jogadas plásticas. Esse Palmeiras mais recente e vencedor é reativo, joga fechado, velocidade, bola parada, lateral na área, que voltou e voltou com força, é muito semelhante”, diz Mauro Cezar.

"Abel Ferreira faz um trabalho eficiente, mas que não tem nada de revolucionário, é muito parecido com o trabalho de técnicos brasileiros, não vou aqui ficar dizendo que por ser um técnico estrangeiro, ele está fazendo alguma coisa. Ele está fazendo muito parecido, com eficiência, tanto que está muito próximo da final da Libertadores e está na final da Copa do Brasil, mas é muito semelhante com o que técnicos brasileiros fazem. Pode ser que em um segundo estágio de seu trabalho, na temporada 2021, com mais tempo, porque ele teve pouquíssimo tempo, ele até consiga acrescentar outros elementos ao jogo do Palmeiras, que não existem ainda”, conclui.

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