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Mauro Cezar: Vejo Maradona como maior ídolo, o mais carismático da história

Do UOL, em São Paulo

29/11/2020 04h00

Na última quarta-feira (25), a morte de Diego Maradona, aos 60 anos, comoveu o mundo do futebol e seu velório, no dia seguinte, foi marcado por uma multidão que foi à Casa Rosada, sede do governo argentino, para o adeus ao ídolo, uma das figuras mais emblemáticas do futebol e do esporte mundial.

No podcast Posse de Bola #77, Mauro Cezar Pereira cita um paralelo com Garrincha, lamenta a forma como algumas pessoas depreciam Maradona devido à dependência química e afirma que o argentino foi o maior ídolo do futebol mundial e talvez possa ser considerado também do esporte mundial, por tudo o que representou além dos gramados.

"Vimos as imagens, ali e era o povão, aquilo era o povo indo agradecer, porque alguém com uma voz muito poderosa, em vários momentos saiu em defesa daquela gente. Então o cara vai ali para falar ‘obrigado, Diego. Porque você lutou por nós'. Quantos caras que têm voz aqui, na Argentina, no Paraguai, no Cazaquistão ou sei lá onde, saem em defesa dos que estão precisando de alguém que os defenda? Quantas personalidades? Quantos atletas? Quantos Lebron James tem por aí?", questiona Mauro Cezar.

O jornalista afirma que os erros que mostram o lado humano de Maradona o fazem também diferenciado, uma figura única no esporte e que isso é o que justifica toda a mobilização que ocorreu na Argentina e em outros lugares do mundo com a perda do ex-jogador.

"Esses caras são especiais, cada um à sua maneira, e o Maradona é realmente diferente de tudo, mas há uma necessidade crônica de algumas pessoas de procurar o defeito, de valorizar o defeito, talvez o defeito dele seja uma das virtudes, ou seja, ele é como nós, com todas as fraquezas, todas as qualidades e defeitos, equívocos que possa cometer, contradições, idiossincrasias e tudo mais", diz Mauro Cezar.

"É difícil para algumas pessoas entenderem isso, mas eu vejo o Maradona assim como o maior ídolo, pelo fato de ser o esporte mais global, acho que o maior ídolo, o mais carismático, o maior fenômeno sob esse ponto de vista, da história do futebol e acho que do esporte também, aquilo que aconteceu ontem lá foi algo, e algo que a gente sabia que iria acontecer, surpreender não surpreendeu não, a gente sabia que seria daquele jeito e se fosse sábado, como se comentou que seria o sepultamento, nós teríamos até agora lá mais e mais pessoas, ia ter gente saindo do extremo norte da Argentina", completa.

Maradona deve servir para reflexão sobre dependência química

Mauro afirma que o caso de Maradona deveria servir para que as pessoas refletissem a respeito da forma como tratam os dependentes químicos, que é uma doença que todos podem ter algum caso por perto um dia.

"É difícil falar que vale uma reflexão para quem pensa assim, porque essas pessoas não refletem, o cara quer apontar o dedo e atacar, e sempre esquecendo que todos temos telhado de vidro, qualquer um de nós pode ter um dependente químico na família, próximo de nós, um filho, um neto, um amigo, o filho de um amigo, e presenciar um drama como esse, ninguém está livre, mas esses caras acham que eles estão livres", diz Mauro.

"Quando o cara não consegue superar alcoolismo ou vício nas drogas, isso é uma doença, o cara perdeu uma guerra, uma batalha pela vida dele, é isso, então não conseguir perceber isso, achar que é uma opção, no século 21 não ter esse entendimento, é de uma estupidez muito grande", conclui.

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