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Arnaldo: Outros clubes são influentes na CBF que o São Paulo de Leco e Raí

Do UOL, em São Paulo

18/11/2020 04h00

Na última semana as reclamações a respeito da arbitragem ganharam força no futebol brasileiro, com o São Paulo questionando A CBF por um gol validado do Fortaleza e o Flamengo, adversário de hoje na Copa do Brasil, chegando a pedir também à entidade a troca do árbitro Wilton Pereira Sampaio, assim como outros clubes subiram o tom, como o Atlético-MG após o jogo com o Corinthians. E nas redes sociais, se pontuou o fato de Rogério Caboclo, presidente da confederação, ser um ex-dirigente do tricolor paulista.

No podcast Posse de Bola #74, Arnaldo Ribeiro afirma que a ligação de Caboclo com o São Paulo não faz com que o clube tenha influência na CBF pelo fato de ele ser de outra ala política em relação ao presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, além de não ser próximo a Raí.

"O que se fala também e nas redes sociais você vê muito, é 'ah o presidente da CBF, o Caboclo, é são-paulino'. Sim, ele foi conselheiro do São Paulo, ponto 1, dois, ele odeia o Raí e o Leco, os atuais, entre ídolos do São Paulo, ele gosta do Ceni e não gosta do Raí, porque o Raí sempre foi contestador à CBF, ele odeia o Raí. Ele nunca gostou do Leco, dois, então, ele pode ser são-paulino, mas ele não gosta de quem está no São Paulo hoje", diz Arnaldo.

Juca Kfouri ressalta que Caboclo não é apenas conselheiro do São Paulo, mas também teve cargos em diretorias do clube, o que Arnaldo explica que o presidente da CBF trabalhou na gestão de Paulo Amaral, de outra corrente política são-paulina.

"Justamente quando o grupo que foi alijado da questão política do São Paulo governou pela última vez, ele é oposição a essa turma toda, ao Juvenal, ao Leco, ao Casares, a toda essa galera. Ele estava lá na época do Paulo Amaral, então ele é oposição. Aliás, naquele governo onde o Caboclo tinha as suas funções, o Paulo Amaral chegou a afastar o Rogério Ceni, quando goleiro do São Paulo, e o Caboclo foi em defesa do Rogério Ceni lá atrás", diz o jornalista.

"Então, para quem 'ah o cara é são-paulino', o São Paulo tem pouca influência, outros clubes têm mais influência na CBF atual do que o São Paulo do Leco e do Raí, essa é a questão", completa.

Mauro: São Paulo tem feito movimento para criar narrativa de 'vitimização'

Mesmo com a vitória no último fim de semana sobre o Fortaleza, o São Paulo reclamou do gol marcado pelo time adversário, em nova queixa sobre a arbitragem por parte do clube. Mauro Cezar Pereira acredita que os dirigentes do tricolor paulista estão criando narrativa de que o clube é vítima da arbitragem e espera como consequência o aumento de reclamações por parte de adversários diretos na temporada.

"O que tem chamado a atenção é o movimento que o São Paulo tem feito para criar uma narrativa de 'vitimização', eu li que o São Paulo vai reclamar na CBF por conta da não apresentação da imagem que comprovaria a posição legal no gol que abriu o placar, o gol número 1 do Fortaleza no jogo de sábado", diz Mauro.

"Perfeito, isso tem que ser apresentado e não foi apresentado, então essa reclamação eu acho que é pertinente, só que colocando no contexto, o São Paulo reclamando, já passando para os jornalistas que cobrem o clube 'olha, nós vamos lá reclamar', parece que quer reforçar a ideia de que o São Paulo é prejudicado pela arbitragem por conta daquele jogo do Atlético-MG, quando o Gaciba assumiu publicamente que hoje um erro no manuseio do software, e o gol foi mal anulado", completa.

O jornalista afirma que qualquer clube que adote a narrativa de que é prejudicado sistematicamente pela arbitragem, não vai convencer e acaba por gerar apenas uma disputa cada vez maior nos bastidores, como na reclamação do Atlético-MG devido ao pênalti não marcado contra o Corinthians no último sábado.

"Essa coisa constante do São Paulo 'nós vamos à CBF', uma coisa é você estar atento aos bastidores para que não aconteça algo contra você por alguém que está muito atuante, a outra é toda hora você ficar nesse negócio de bastidor. Onde nós vamos chegar? Nessa história não cola, essa tentativa de criar uma narrativa que determinado clube é vítima da arbitragem, com erros frequentes, não cola, não cola porque tem erro a favor e erro contra. Como com outros clubes também", diz Mauro.

"O Atlético-MG sabe que se o São Paulo vencer os três jogos atrasados, ele vira o líder do campeonato, na matemática é isso o que nós temos agora, então o Atlético-MG já entendeu que o São Paulo pode ser um rival, é um rival, na briga pelo seu sonhado título brasileiro, então o Alexandre Mattos já esperneou e outros vão fazê-lo e vai ficar essa choradeira total. E por que isso? Porque a CBF aceita que o dirigente vá lá para cornetar, para espernear, para reclamar e não se posiciona, o [Leonardo] Gaciba está quieto", conclui.

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