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Pelé 80 anos: Quais os clubes de coração e ídolos de infância de Pelé?

Do UOL, em São Paulo

22/10/2020 04h00

Pelé se consagrou vestindo a camisa do Santos, mas antes do amor pelo clube da Vila Belmiro, o Rei do Futebol, que amanhã completa 80 anos, já admitiu a simpatia por outros clubes e também os ídolos que o inspiraram e o ajudaram a atingir o seu nível de excelência, como Zizinho e Jair Rosa Pinto.

Na live Pelé, 80 anos, apresentada na última terça-feira pelo UOL Esporte em homenagem ao aniversário do tricampeão mundial, com relatos de histórias do Rei do Futebol pelos jornalistas Claudio Arreguy, Helvidio Mattos e José Trajano, com Pedro Ivo Almeida, eles revelam declarações de Pelé a respeito dos clubes que ele admirava antes de sua ligação com o Santos.

"Uma vez em um almoço com a gente na redação do Estadão em 1994, ele desmentiu aquela história de que ele era vascaíno na infância, porque ele vestiu a camisa do Vasco em um combinado Santos e Vasco, mas ele falou 'não, na verdade, eu tinha uma simpatia pelo Atlético-MG, porque meu pai jogou lá'. Não era um torcedor do Atlético-MG, mas ele tinha simpatia pelo Galo", conta Arreguy.

Já Helvidio Mattos afirma que o Corinthians não era um dos times admirados por Pelé e que ele fazia até uma preparação especial para enfrentar o rival quando atuava pelo Santos. Mas o jornalista diz que o Rei do Futebol teve uma ligação com o Vasco devido a um jogo de um combinado do clube cruzmaltino com o Santos, no qual ele atuou com a camisa vascaína.

"Não era o Corinthians, isso de forma nenhuma. Ele gostava demais de jogar com o Corinthians. Era assim, na antevéspera do jogo, dizem os companheiros dele naquele time fantástico do Santos Futebol Clube que ele se preparava realmente, ficava concentrado, focado, nada mais podia atrapalhar ele naquelas horas anteriores a um jogo com o Corinthians, e ficava focadíssimo mesmo", conta Helvidio.

"Mas ele elogiava muito o Vasco por causa daquele combinado Santos e Vasco que disputaram cinco jogos no Maracanã contra times estrangeiros, e é aí que o Pelé começou a aparecer mesmo. Ele nunca me disse diretamente, 'olha, o Vasco é o meu segundo time', coisa do tipo, mas falava que aqueles jogos que ele fez e jogando com a camisa do Vasco, era um combinado Vasco e Santos, mas jogando com a camisa do Vasco da Gama, e ele se sentiu mais ou menos em casa. Eu apostaria no Vasco da Gama como segundo ou terceiro time. Santos primeiro, segundo seleção brasileira, terceiro o Vasco", completa.

Se há dúvidas em relação ao clube de coração de Pelé antes do Santos, não há nenhuma em relação a seus ídolos no futebol, já que o próprio admite a admiração que tinha ao ver Zizinho jogar, como conta Trajano.

"O ídolo dele, que ele falou várias vezes, foi o Zizinho, o Zizinho saiu do Bangu, veio para o São Paulo em 1957, quando o São Paulo foi campeão dirigido pelo Bela Guttmann, e o Zizinho já com 36 anos, 35 para 36, foi o craque do time, o maestro do time do São Paulo. Em 1957 foi o ano que o Pelé começou a jogar no Santos como titular, entrando às vezes no lugar do Del Vecchio aqui e ali", diz Trajano.

"O Pelé teve naquele momento, na estreia dele como titular no Santos, a visão do Zizinho, do Mestre Ziza, que os mais antigos até, como meu pai e meus tios que já se foram, diziam que o Zizinho jogou mais bola que o Pelé. Características completamente diferentes, mas é bom a gente ressaltar aqui que o primeiro grande ídolo do Pelé no futebol foi o Mestre Ziza", completa.

Outro jogador que foi importante para a carreira do Rei do Futebol foi Jair Rosa Pinto, que atuou pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950, e com quem ele atuou em seu início no Santos, e que o ajudou com orientações dentro de campo.

"Outro jogador da seleção de 1950 que ajudou muito o Pelé, orientou bastante o Pelé, porque o Santos foi a formação dele como jogador profissional, como jogar em um time, um clube maior, foi o Jair, o Jair Rosa Pinto, que estava no Santos quando o Pelé foi para lá. O Jair era, digamos, o camisa 10 do Santos, e ele orientou bastante o Pelé", conta Helvidio.

"O Pelé aprendeu a ser esperto também, o Pelé é muito elogiado também, o Pelé jogador, por ter essa facilidade de se posicionar em campo, de procurar ficar sempre livre dos marcadores, e isso foi graças ao Jair ter mostrado para ele que 'olha, fica de olho em mim, se eu olhar para a direita, você corre para a esquerda para se desmarcar dos jogadores que eu vou meter a bola lá', então o Jair Rosa Pinto foi fundamental para a formação do Pelé até ele se tornar o Rei do Futebol", conclui o jornalista.