José Roberto Guimarães contratou Dida e ajudou Corinthians no 1º mundial

No intervalo entre a conquista do ouro olímpico em Barcelona-1992 no comando da seleção masculina de vôlei e as duas medalhas de ouro com a seleção feminina em Pequim-2008 e Londres-2012, o técnico José Roberto Guimarães teve participação na montagem do time que conquistou o primeiro título mundial do Corinthians, em 2000, em uma breve experiência como dirigente no futebol durante a parceria do clube com o fundo de investimentos Hicks, Muse, Tate & Furst, e foi o responsável pela contratação do goleiro Dida.

Em entrevista aos jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana no programa Os Canalhas, o treinador fala sobre o período em que trabalhou no clube alvinegro e os motivos que o levaram a abandonar o cargo exercido e retornar ao vôlei.

"Tive o convite do J. Hawilla para ser diretor da Hicks Muse e aí aceitei o convite porque era uma grande paixão trabalhar no futebol, ver como era o futebol, entender e foi muito legal, difícil foi trabalhar lá dentro. Lógico que o Corinthians tinha a sua característica, seus diretores e tudo mais, mas eu também tinha proteção dos diretores da Hicks Muse", conta Zé Roberto.

"Eu fiquei dois anos e nesses foram interessantes, por exemplo, eu fui mandado para a Itália por falar italiano para trazer o Dida e aí eu me vejo no meio de uma reunião com Galliani, com o advogado do Dida e eu digo 'pô, o que eu estou fazendo no meio desses caras?', que eu via pela televisão e aí estou lá na reunião tentando trazer o Dida para o Corinthians. E aí deu certo, o Dida fez um ano maravilhoso, enfim, foi muito legal. Foram dois anos legais, a gente conseguiu ganhar o Paulista, o Brasileiro e o Mundial, o primeiro Mundial. Eu estava lá no jogo contra o Vasco, enfim, foi uma experiência maravilhosa", completa o treinador.

A saída do treinador foi motivada após o responsável pelo fundo de investimentos no Brasil solicitar a venda de jogadores que haviam sido contratados pela Hicks Muse, o que indicava também pelo fim da parceria, que se deu em 2002.

"No segundo ano, o Dick Law, que era o meu chefe, chegou um dia que eu tinha ido trabalhar no Parque São Jorge e ele virou para mim e disse assim, e eu não sou corintiano, mas ele virou para mim e disse: 'Zé, nós temos que começar a vender os jogadores que pertencem à parceria'. Eu falei 'Dick, você quer que eu anuncie para a torcida do Corinthians que nós vamos vender os jogadores? Você está louco, de jeito nenhum', não era esse o planejamento, nós tínhamos um planejamento de 5 anos, eu falei 'eu não vou fazer isso de jeito nenhum, já que é dessa maneira, eu vou embora, e vou ver o que vou fazer, mas eu não fico mais aqui'. Ajudei a vender o Vampeta para a Inter de Milão e aí voltei para o vôlei", completa o treinador.

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