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Entenda por que Massa começou muito mal na FE. Mas tem esperanças no Chile

Felipe Massa, piloto brasileiro da Venturi na Fórmula E - Divulgação/Venturi Formula E Team
Felipe Massa, piloto brasileiro da Venturi na Fórmula E Imagem: Divulgação/Venturi Formula E Team

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

24/01/2019 04h00

Felipe Massa é o primeiro a reconhecer que sua temporada na Fórmula E não começou da maneira como esperava. O brasileiro foi o 17º na etapa de abertura, na Arábia Saudita, depois de uma série de punições, e amargou a última posição na segunda corrida, no Marrocos.

Problemas técnicos nas duas primeiras etapas e também de comunicação com a equipe Venturi na estreia explicam os resultados ruins. Ambos os carros do time vêm sofrendo problemas no freios, que interferem no gerenciamento de energia. Com isso, Massa e seu companheiro Edoardo Mortara (19º na primeira etapa e 13º na segunda) têm menos potência e, consequentemente, ritmo mais fraco que os rivais durante as corridas.

"Tem muitas coisas para arrumar", reconheceu Massa ao UOL Esporte. "Problemas que estão tirando performance do nosso carro. Como temos uma ideia do que seja, então espero que já dê para resolver para o Chile. É muita coisa nova no carro, então faz parte do desenvolvimento. Não está do jeito que gostaríamos e espero que seja possível solucionar isso o mais rápido possível."

A Fórmula E estreia nessa temporada sua segunda geração de carros, que ainda não é totalmente entendida pelas equipes. Uma das punições que Massa sofreu na etapa de estreia, inclusive, teve a ver com isso: o limite do uso de energia foi ultrapassado em uma das voltas, algo que ocorreu com outros carros. Já a segunda punição foi creditada por Massa a uma falha de comunicação da equipe. "Eu não sabia que não poderia usar o fanboost nos primeiros 22 minutos porque eu nunca tinha ouvido falar isso. E ainda acabei levando outra punição porque o fanboost podia durar 3s e o meu tinha 3s5, por um problema de configuração. Então tem bastante coisa para a gente entender e solucionar."

Além destas novidades, na categoria elétrica, grande parte do diferencial entre os carros está na transmissão dos carros, algo fundamental porque serve para regular também a transferência de energia. A equipe de Massa faz sua própria transmissão e fornece os chamados powertrains também para a HWA, outra equipe que sofreu nas duas primeiras etapas do campeonato. Na Arábia Saudita, o único carro da HWA que chegou até o final, de Stoffel Vandoorne, foi o 16º, e a equipe tem mais outros três abandonos e também sofreu com a falta de ritmo enquanto esteve na pista.

Para a terceira etapa do campeonato, que será realizada neste final de semana, no Chile, a Venturi trará novidades em seu carro para tentar acabar com os problemas. Segundo o time, novidades foram testadas logo após a prova de Marrakesh, na pista, e também no simulador. "Soluções foram identificadas e serão colocadas em prática no treino livre desta sexta-feira", divulgou o time em comunicado.

Mesmo com o início difícil, Massa, que ainda se estranhou com o antigo desafeto Nelsinho Piquet, se mostra animado com a nova categoria. "Estou me divertindo, parece que tudo acontece ao mesmo tempo. Lembra-me uma corrida de kart indoor onde todo mundo sai com uma diferença menor entre os carros, então há muitas possibilidades de ultrapassagem - não é fácil, mas tem." 

A Venturi, equipe com sede em Mônaco, competiu em todas as temporadas da F-E até aqui, mas nunca teve resultados expressivos, sendo que o melhor deles foi um terceiro lugar isolado logo na primeira temporada da F-E, em 2015. E a melhor posição que o time conseguiu foi sexto posto na temporada 2015-2016.