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Brasileiro que 'treinou' Alonso na Indy leva capacete como troféu

 

Independente do resultado final, Alonso já liderou as 500 Milhas. Imaginem o que é isso para um estreante. Mas o nome dele é Alonso ...

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Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

31/05/2017 08h40

Bicampeão da Indy, o brasileiro Gil de Ferran foi contrato pela McLaren para assessorar Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis. Durante a corrida, disputada no último domingo (28), ele sentia que seu "pupilo" venceria a prova até o momento em que o motor o deixou na mão.

“Acredito que dava. Teve uma relargada que ele ficou travado atrás de um retardatário e perdeu algumas posições, mas acho que tinha como se recuperar. Obviamente nunca saberemos”, lamenta o brasileiro.

Depois de uma bandeira amarela, Alonso ficou encaixotado na nona posição. Não havia mais necessidade de reabastecimento e era hora de andar com pé embaixo. O espanhol pisou fundo e começava a recuperar terreno quando carro perdeu potência. Gil de Ferran diz que ficou desapontado, mas imagina que Alonso estava mais frustrado porque a corrida tinha sido “perfeita”.

“Mesmo antes de ter passado e ter assumido a ponta (volta 30) estava bem claro para mim que a gente tinha grandes chances de vencer a prova. Logo depois das primeiras 30 voltas, o primeiro stint, era bem claro que estava super competitivo.”

Gil de Ferran conta que em nenhum momento houve problemas e as conversas no rádio se resumiram a discutir estratégia. Prova do bom desempenho é que Alonso foi eleito o novato do ano na prova. Mas a vitória não veio.

Vencedor das 500 Milhas como piloto em 2003, o brasileiro não repetiu o resultado como 'técnico'. Ainda assim, está orgulhoso do desempenho apresentado pelo espanhol. Justifica que ele andou entre os primeiros durante toda a prova.

“Fiquei com um gosto bom na boca”.

Alonso lidera as 500 milhas de Indianápolis -  Brian Spurlock-USA TODAY Sports  -  Brian Spurlock-USA TODAY Sports
Imagem: Brian Spurlock-USA TODAY Sports

Capecete na sala é lembrança

Gil de Ferran não saiu de mãos abanando de Indianápolis. O brasileiro levou uma recordação para casa ao trocar presentes com Alonso. Ele avalia que saiu no lucro.

“Dei um capacete que usei em 2001 e ele me deu um capacete novo (risos).”

O capacete já está na casa de Gil de Ferran nos Estados Unidos e em lugar de destaque – exposto na sala. Ele afirmou que a fama de pessoa difícil que Alonso tem não se confirmou nos Estados Unidos. Ambos se deram bem e a única parte da fama que se comprovou foi a de piloto fora de série.

“Não tenho um A para falar dele. Simpático e profissional ao mesmo tempo. Está claro que o sucesso dele não veio só do grande talento. Vem também da dedicação, inteligência, e vontade de trabalhar.”

Gil de Ferran afirmou que Alonso é um dos melhores pilotos que viu correr e explica que seu papel foi acelerar a adaptação do espanhol. Um carro da Indy passa dos 360km/h e no tráfego a sucessão de pilotos pegando vácuo causa turbulência. O trabalho do brasileiro foi facilitar a compreensão destas condições de corrida para o bicampeão da Fórmula 1.

Alonso na Indy foi bom negócio para todos

Durante o domingo, as 500 Milhas de Indianápolis foram o assunto mais comentado do Twitter mundial (Alonso foi o sexto). Gil de Ferran fala que é óbvia a exposição em escala global que a Indy ganhou. Os jornais espanhóis deram ampla cobertura e a corrida também foi assunto na imprensa europeia.

Mas ele ressalta que a McLaren, a Fórmula 1 e o piloto espanhol também saíram maiores. Alonso foi muito aplaudido quando desceu do carro. Na avaliação do brasileirol, ganhou fãs entre os amantes de automobilismo dos Estados Unidos.

Na opinião dele, a McLaren e a Fórmula 1 tiveram exposição nos Estados Unidos. Alheio a estas consequências, Gil de Ferran agradece a oportunidade. “Foi uma honra muito grande.