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28/10/2008 - 19h22

Após superar problema com drogas, Maradona encara novo desafio na seleção

Redação Central, 28 out (EFE).- Após a confirmação de seu nome como novo técnico da seleção argentina, Diego Maradona se vê à frente de um novo desafio a dois dias de completar 48 anos, e após superar o problema com as drogas.

Julio Grondona, presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), confirmou hoje o nome de Maradona como novo técnico da equipe.

Bilardo será o diretor-geral da seleção, enquanto a preparação física ficará com Fernando Signorini.

Sem ter certeza de que aquela seria a partida que marcaria o fim de sua carreira, Diego Maradona fez sua última aparição em um campo de futebol como jogador profissional há 11 anos, em 25 de outubro de 1997, cinco dias antes de completar 37 anos e após 21 temporadas cheias de sucessos e polêmicas.

O craque argentino participou do primeiro tempo da vitória de 2 a 1 do Boca Juniors sobre o River Plate no estádio Monumental.

Poucas horas depois, fechado em sua casa, com dores físicas, encurralado pela droga e sem desejo de voltar a treinar, disse "não dá mais", colocando ponto final a uma grande trajetória nos campos.

Passados dez anos daquela data e superados vários incidentes que o deixaram à beira da morte, Maradona disputou em outubro de 2007 uma partida de futsal no sul da província de Buenos Aires, diante de uma multidão que esgotou os ingressos para vê-lo novamente com a bola nos pés.

Aquela partida histórica foi a última derrota do River Plate antes de conquistar o torneio Apertura do Campeonato Argentino de 1997. Naquele jogo, o Boca Juniors, além de contar com o melhor jogador argentino da história, contava com valores como o ainda juvenil Juan Román Riquelme e o artilheiro Martín Palermo.

Possivelmente esse resultado deve ter tranqüilizado Diego na hora de anunciar sua aposentadoria, já que eram muitos os que dizem que, por mais que não pudesse levantar as pernas, Maradona teria esticado sua carreira um pouco mais para se despedir com uma vitória diante do River.

Entretanto, o jogador estava pressionado por um caso positivo de doping que foi divulgado após uma partida anterior ao clássico - disputada contra o Argentinos Juniors - e já não tinha forças para continuar apesar de contar com um amparo judicial. Ele preferiu pendurar as chuteiras antes que voltassem a puni-lo.

A AFA o havia suspendido, mas Maradona foi à Justiça, onde denunciou que havia um complô contra ele. O juiz Claudio Bonadío emitiu uma decisão a seu favor, com o ex-camisa 10 se prontificando a passar por testes após cada jogo.

No dia 30 de outubro de 1997, data de seu aniversário, Maradona anunciou seu adeus definitivo como jogador, após sete tentativas anteriores frustradas.

No último jogo de Maradona como profissional, o Boca, dirigido então por Héctor Veira, entrou em campo da seguinte forma: Oscar Córdoba; Nelson Vivas, Jorge Bermúdez, Néstor Fabbri e Rodolfo Arruabarrena; Nolberto Solano, Diego Cagna, Julio Toresani e Diego Maradona; Diego Latorre e Martín Palermo.

Maradona foi substituído no intervalo por Riquelme, na época com apenas 19 anos. Já Claudio Caniggia entrou na vaga de Vivas, enquanto Cristian Traverso entrou na vaga de Latorre. Os gols saíram dos pés de Toresani e Palermo, enquanto Sergio Berti descontou para o River.

Uma partida em homenagem a Maradona foi disputada quatro anos depois no estádio de La Bombonera, em 10 de novembro de 2001, entre uma seleção argentina dirigida por Marcelo Bielsa e uma equipe de estrelas mundiais comandada por Alfio Basile e que contou com a presença do atacante brasileiro Careca. O time da casa venceu por 6 a 3.

Quase dois anos antes dessa partida, no início de 2000, o craque argentino esteve à beira da morte ao sofrer uma crise cardíaca na cidade uruguaia de Punta del Este e depois viveu vários anos em Cuba, onde se submeteu a um tratamento para tratar sua dependência das drogas.

Naquele período a sua vida foi um verdadeiro calvário, causado pelo consumo de cocaína que reduziu ao mínimo sua capacidade cardíaca e de decisão, e que o levou à ruína econômica.

O craque argentino chegou ao fundo do poço em 2004, quando uma recaída o deixou prostrado em uma clínica de Buenos Aires, em volta da qual se reuniu uma multidão, que expressou sua idolatria pelo jogador mais importante da história do futebol argentino.

Ele se recuperou, perdeu peso e se tornou um apresentador de TV bem-sucedido.

Com o fim do programa, Maradona pôde se dedicar a torcer por esportistas argentinos nos mais diversos eventos, como a Copa do Mundo e a Copa Davis de tênis.

Além disso, Diego esteve no Festival de Cannes deste ano, onde promoveu o documentário "Maradona by Kusturica", do diretor sérvio Emir Kusturica.

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