Luciano Paiva, especial para o Pelé.NetRio de Janeiro - Quando todo jogador de futebol encerra a sua carreira depois de vários anos como profissional, a bola passa a ser um simples objeto de puro divertimento. Essa afirmação só não vale quando se trata de Antônio Bento dos Santos, o Bentinho.
"Matador" nato, Bentinho teve passagens destacadas pela Portuguesa de Desportos (seu clube formador), pelo Botafogo, pelo São Paulo, Atlético-PR.
Atuando ainda pelo Al Helal, da Arábia, e em várias equipes japonesas, entre elas Frontale, Verdy, Trinita, Reysol e Avispa Fukuoka, onde encerrou a carreira.
Irmão mais novo de Bento, meio-campo que também defendeu a Lusa, Bentinho despontou entre os profissionais no Canindé ao final dos anos 80. O jogador sempre foi apontado como uma das "jóias raras" do clube do Canindé.
Agora, aos 35 anos, mesmo com idade para continuar jogando, o ex-atacante revela que apenas uma bola menor vem merecendo a atenção: a de tênis.
Bentinho, que vive em Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais, deletou de vez o futebol do seu cotidiano. Atualmente, além de uma academia (SW13), ele também abriu uma loja de telefonia celular. Fora o lado profissional, Bentinho destaca que tem muito mais tempo para curtir a família.
"Estou apenas cuidando dos meus três filhos (Andréas, de 16 anos, Sasha, de 14, e Kevin, de 12) e curtindo a vida ao lado da minha esposa, a Delma. São 17 anos de casado. É uma rotina mais tranqüila, menos agitada e mais de acordo com o meu perfil", disse o ex-atacante, que explicou ao
UOL Esporte o que o levou a não mais querer saber de futebol.
"Hoje eu não faço quase nada para falar a verdade. Minha relação com futebol é normal. Foi algo que passou, mas é claro que tenho muito a agradecer. O futebol me deu tudo o que conquistei até aqui. Tive condição de fazer minha vida e garantir um bom futuro aos meus filhos. Quando você fica 18 anos fazendo uma coisa profissionalmente, você perde o encanto. Hoje, não jogo mais. Nem pelada", revelou Bentinho.
Outro terrenoDos tempos de jogador, ele guarda apenas as 13 tatuagens. Até as motos, uma das suas características na época de Botafogo, em 96, já não fazem mais parte da sua paixão. Embora não queria mais saber de futebol, nem como técnico ou empresário, o ex-atacante revela que não deixou de lado o seu prazer em praticar um esporte.
"O engraçado é que hoje em dia só me distraio mesmo é em partidas de tênis. Descobri este esporte e pratico constantemente. É muito interessante, tomei gosto. Inclusive, disputo alguns torneios no interior de Minas Gerais. Mas ainda não ganhei nenhuma ainda", conta Bentinho.