UOL Esporte UOL Esporte
UOL BUSCA

02/07/2007 - 23h48

Colômbia ainda lembra a morte de Escobar após a Copa de 1994

Nemesio Rodríguez
Da EFE
Em Caracas (Venezuela)
O assassinato do zagueiro Andrés Escobar, há 13 anos, no dia 2 de julho de 1994, ainda marca a seleção da Colômbia, que enfrentou a Argentina em Maracaibo, pelo Grupo C da Copa América.

Escobar, nascido em 13 de março de 1967, em Medellín, esteve em duas Copas América, em 1987 e 1989. Foi titular indiscutível nos 10 jogos disputados por uma seleção em que brilhavam astros como René Higuita e Carlos Valderrama.

A edição de 1987, vencida pelo Uruguai, foi a mais brilhante para aquela seleção. A Colômbia ficou em terceiro lugar, vencendo a Argentina por 2 a 1 em Buenos Aires. Iguarán, com quatro gols, foi o artilheiro da competição, e Valderrama foi eleito o melhor jogador.

Em 1989, a competição teve dois grupos de cinco equipes. A Colômbia não chegou à fase final, apesar de só ter perdido um jogo, para o Paraguai, por 1 a 0. Mas venceu a Venezuela, empatou em 0 a 0 com o Brasil, que seria o campeão, e derrotou o Peru.

Escobar, que tinha jogado a Copa do Mundo de 1990, na Itália, não participou da Copa América de 1993 por causa de uma lesão. E em 94 voltou à seleção para o fatídico Mundial dos Estados Unidos.

A seleção colombiana desembarcou nos EUA levando o otimismo dos torcedores do seu país. A vitória por 5 a 0 sobre a Argentina, nas eliminatórias, tinha acendido esperanças até de conquistar o título.

Escobar era o encarregado de organizar a equipe, dar segurança, temperamento e personalidade. Além disso, era um jogador íntegro, alegre, simples e antes de tudo feliz. Havia sido campeão colombiano e da Copa Libertadores pelo Nacional de Medellín.

A felicidade acabou em Los Angeles, em 22 de junho. Aos 35 minutos do jogo contra os Estados Unidos, o zagueiro mais seguro da equipe de Francisco Maturana marcou um gol contra ao tentar desviar um cruzamento de Mike Sober.

Os colombianos jogavam em desespero, após a derrota por 3 a 1 para a Romênia. As ameaças de morte à família de Gómez aumentavam a tensão do grupo. E a vitória sobre a Suíça por 2 a 0 de nada adiantou. A Colômbia fez as malas. Em casa, as críticas foram ferozes. A volta parecia complicada.

Só Escobar decidiu mostrar a cara. Ele mudou seus planos de passar férias nos Estados Unidos e retornou para seu país, disposto a encarar a torcida.

Uma semana depois do jogo contra a Suíça, Andrés Escobar foi assassinado com 12 tiros no estacionamento do restaurante "Estadero El Indio" nos arredores de Medellín, após uma discussão com dois torcedores que foram se queixar do seu gol contra.

O guarda-costas dos dois, Humbero Muñoz Castro, foi o autor dos tiros. Foi condenado a 44 anos de prisão, mas em outubro de 2005 um juiz ordenou sua libertação por boa conduta. O pai do jogador, Darío Escobar, recebeu a decisão com "indignação e asco".

Após a morte de Andrés Escobar, os jogadores do Nacional se acostumaram a orar no meio do campo antes de cada partida.

Hospedagem: UOL Host